sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Projeto "Recife: Poesia & Carnaval" traz a São Paulo a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério e Mundo Livre S/A

Música e literatura marcarão a divulgação da folia multicultural recifense na capital paulista.

A Orquestra Popular da Bomba do Hemetério (OPBH) - uma dos mais respeitados grupos da nova cena musical de Pernambuco - e a banda Mundo Livre S/A - precursora do movimento Mangue Beat - se apresentam no domingo (21), às 17h, no Pátio da Casa das Rosas, com entrada franca. O show encerra os eventos do projeto "Recife: poesia & carnaval", que começa no dia 17, com debates, performances, saraus, palestras e recitais sobre o mundo literário e musical recifense. Também marca a divulgação do Carnaval Multicultural do Recife em São Paulo.

Formada há seis anos pelo Maestro Forró, a orquestra é composta por 24 membros, entre músicos e técnicos, todos moradores do bairro popular do Recife que dá nome ao grupo. Em sua elogiada trajetória, Forro fez arranjos musicais para trilha sonora do filme "A Máquina", de João Falcão e a OPBH fez participações no CD do filme; no CD "Nação Canta Pernambuco", do Maracatu Nação Pernambuco e DVD "Music From Pernambuco", distribuído pelas feiras internacionais de música na Europa.

Os frevos compostos pelo Maestro Forró são marcados por síncopes, breques e pelas mudanças de ritmo. Ele afirma que faz suas composições "pensando no passista e nas possibilidades que a música pode propiciar à sua dança". As novas composições do grupo estão no DVD "Jorrando Cultura", gravado no Teatro de Santa Isabel, no Recife.

Forró realiza trabalhos paralelos a OPBH, a exemplo da parceria com o DJ Dolores e Aparelhagem, um dos projetos musicais mais bem sucedidos do estado. Apesar do músico se admitir um pouco tecnofóbico, e ainda não ser muito familiarizado com o computador, ele aplaude a fusão com a cultura eletrônica e com a possibilidade de efeitos e distorções aberta pela tecnologia. A última faixa do novo CD da sua orquestra será um remix de Dj Dolores, que em uma só música utilizará fragmentos de todas as outras 11 do álbum.

O maestro Forró aposta na desburocratização da figura do regente. Segundo ele, a caracterização do ofício - sua roupa e expressão - foi, durante muito tempo, associada a uma imagem séria e distante. Forró veste bermuda, óculos escuros e
camisa de mangas soltas, enquanto rege o grupo no ritmo apressado e expansivo dos seus braços, num estilo nada convencional entre os maestros.

Mundo Livre
Nascida em 1984, a banda Mundo Livre S/A segue o caminho da universalização da música pernambucana, com um som que traz referências à tradição - caso do Maracatu, por exemplo - e ao rock e outros ritmos da cultura pop. O nome foi retirado do personagem de TV Agente 86, que fazia diversas apologias ao mundo livre. O líder da banda, Fred Zero Quatro foi o autor do manifesto do Mangue Beat, juntamente com Renato L. e Chico Science.

Com cinco CDs lançados (1994 - Samba Esquema Noise), (1996 - Guentando a Ôia), (1998 - Carnaval Na Obra), (2000 - Por Pouco) e (2004 - O Outro Mundo de Manuela Rosário), a banda começou a fazer sucesso a partir dos anos 90 quando Zero Quatro conheceu Chico Science, Jorge Dü Peixe e vários outros futuros Nação Zumbi, a banda de Chico.

"Recife: Poesia & Carnaval" celebra a presença cultural da capital pernambucana em São Paulo. Entre os escritores convidados para os saraus estão Marcelino Freire, Jommard Muniz de Brito, Frederico Barbosa, Pedro Américo, Miro, Micheliny Verunschk e José Paes de Lira (Lirinha, do Cordel do Fogo Encantado) O evento estabelecerá um diálogo entre a produção de autores residentes na capital pernambucana e os "recifenses paulistanos", autores oriundos do Recife que vivem em São Paulo, além de convidados cuja obra, independente da origem do autor, possui fortes influências da literatura pernambucana. Serão realizadas, ainda, homenagens à obra de João Cabral, Manuel Bandeira, entre outros poetas consagrados.

RECIFE – POESIA & CARNAVAL
Uma celebração da poesia e da música do Recife na cidade de São Paulo
espetáculos musicais ● recitais ● palestras ● sarau literário
São Paulo, a capital mundial da diversidade, celebra a poesia e o carnaval de todos os ritmos, de todas as cores e todas as caras, o carnaval multicultural e a poesia multifacetada do Recife. Como sintetiza a poesia de Ascenso Ferreira: "o carnaval mulato do Recife, / o carnaval melhor do mundo!"

Para terminar 2008, São Paulo, a maior cidade recifense fora do Recife, recebe poetas e músicos das margens do Capibaribe. Na Casa das Rosas e na Estação da Luz, que abriga o Museu da Língua Portuguesa, dois marcos da capital paulista, os poetas recifenses se encontrarão com escritores de lá que aqui vivem. Músicos da capital pernambucana trocarão experiências com paulistanos que se dedicam às formas musicais e poéticas do nordeste.

E tudo isto, palestras, recitais e shows, sendo apresentado gratuitamente à população de São Paulo. Um verdadeiro presente da Cidade do Recife, que tem cuidado com tanto carinho de seus artistas, a São Paulo, que já acolheu milhões de recifenses, seus sonhos, sons, poemas e tradições. Que da generosidade recíproca destas duas cidades floresça muita poesia e brotem muitos carnavais!

Frederico Barbosa

Programação
Casa das Rosas

● Dia 17 de dezembro (quarta-feira), às 20 h: Falando para o mundo - uma introdução em prosa e verso à poesia do Recife

Palestra e conversa com o público, com o poeta e ensaísta Pedro Américo.
Recital com o poeta, músico e compositor José Paes de Lira (Lirinha, da banda Cordel do Fogo Encantado).

● Dia 18 de dezembro (quinta-feira), às 20 h: Poesia contemporânea no Recife
Palestra e conversa com o público, com o poeta, filósofo e cineasta Jomard Muniz de Brito.
Recital com o poeta Miró.
Participação especial de Marcelino Freire.

● Dia 21 de dezembro (domingo),
Às 17 h: Abertura - Intervenção de César Obeid, escritor, performer e estudioso da literatura de cordel.
Às 17h30: Espetáculo com a banda Mundo Livre

Às 19 h: Espetáculo com a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério
Museu da Língua Portuguesa
● Dia: 20 de dezembro (sábado), às 16 h "Adrienne Myrtes"
Sarau literário. Com Frederico Barbosa, Micheliny Verunschk, Miró, Jomard, Pedro Américo e demais convidados.

Diálogo recitado e cantado entre autores residentes na capital pernambucana e os "recifenses paulistanos", além de convidados cuja obra, independente da origem do autor, possui fortes influências da literatura do Recife e pernambucana. Serão realizadas, ainda, homenagens à obra de João Cabral, Manuel Bandeira, Alberto da Cunha Melo, Ascenso Ferreira, entre outros.

Idealização e Coordenação
Cid Campos, Elias Sabbag e Marcos Azevedo
Consultoria Literária
Frederico Barbosa

Bruna Sion Pardal
Timbro Comunicação

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