Uma década depois de ter se lançado ao desafio de despertar o talento para a dança em jovens da periferia, o coreógrafo Ivaldo Bertazzo se prepara para um dos mais ousados projetos da história artística no país. Com o mesmo grupo de jovens dançarinos será produzido um novo espetáculo, uma evolução do teatro musical. A partir dessa produção, surgirá, então, uma escola voltada ao ensino das mais variadas formas que surgiram a partir do teatro de revista. De peças de canto e dança a anedotas e outras alegorias.
A dramaturgia do novo espetáculo será assinada por Miguel Falabella. A montagem contará ainda com a participação de Marília Pera, não apenas no papel de atriz como também de professora das técnicas do teatro musical, habilidade que herdou do pai desde o início da década de 50. Completa os envolvidos nesse projeto, o cineasta Fernando Meireles, que fará um filme cujo roteiro será um espetáculo, o mesmo montado por Bertazzo e Falabella, que terá na platéia com parte do elenco do novo do filme de de Meireles.
O projeto da nova produção prevê uma temporada com 66 apresentações durante quatro meses em São Paulo e 33 no Rio, com previsão de um total de 45 mil espectadores.
A originalidade da criação se estende ao cenário. Os dois teatros escolhidos para abrigar a temporada - Tuca, em São Paulo, e João Caetano, no Rio – serão modificados para receber um novo formato de apresentação. Parte da platéia será deslocada para o palco convencional e o hall fará o papel de palco. Dessa forma, o espetáculo será apresentado no centro dos espectadores, com metade da platéia em seu espaço original e a outra no palco. Além de trazer uma nova relação entre artista e platéia, o conceito servirá para a produção de um filme longa-metragem, sob o comando de Fernando Meireles. O formato inédito não apenas permite ao publico ver também como se monta um filme como ainda otimiza as produções.
Outra inovação no projeto surgiu de uma antiga idéia de Bertazzo, incomodado com a ociosidade do espaço teatral. Durante uma temporada de espetáculo o teatro fica vazio durante as manhãs e as tardes. O coreógrafo decidiu utilizar esses períodos para aulas dentro do mesmo espaço. Dessa forma, teatro se transforma em escola. E o ensino, itinerante. As aulas começarão no dia da estréia.
Mas as lições não vão se encerrar junto com a temporada. Uma escola com espaço próprio será também criada com o objetivo de preparar profissionais para as mais variadas funções no mercado de trabalho artístico – do circo ou musical à telenovela. Resgatar o teatro musical e todo o método de formação dos profissionais que saibam representar o humor crítico é mais que um sonho. É o desafio de reproduzir “Oscaritos” e “Grandes Otelos”, como diz Bertazzo, em uma época já distante de clássicos como esses.
Esse centro de formação do multi artista não perderá de vista, no entanto, a função social que surgiu a partir do encontro dos talentos na periferia. Já se passaram dez anos desde que Ivaldo Bertazzo começou a trabalhar com esses jovens e a provar para a comunidade a capacidade de mudar relações sociais e culturais por meio da arte em um país de distâncias de classes tão acentuadas.
Ao conseguir ajustar o corpo do jovem da periferia à dança e revelar ao mundo que bailarinos não nascem apenas nas aulas de balé clássico, Bertazzo armazenou uma rica experiência. E é com essa experimentação que ele parte agora para a prática de seus resultados e para a realização de um projeto maior.
Vale ressaltar que o maior mérito do método Bertazzo na captação de talentos na periferia é não fazer desse trabalho um simples gesto assistencialista, que se encerra ao final de um espetáculo. Do total de 42 profissionais que fazem parte hoje da Cia TeatroDança Ivaldo Bertazzo 30 são integrantes do trabalho na perferia. Esses jovens foram contratados. E, como funcionários, se encarregam hoje de multiplicar o método e espalhar o benefício a outros talentos da periferia.
A metodologia se transformou em um modelo para que outros trabalhos assistenciais se voltem à profissionalização.
Na escola de teatro musical, o aluno, vindo ou não da periferia, aprenderá novas linguagens, ampliando um campo de trabalho hoje tão limitado.
Em 2007, o marco do projeto de Bertazzo foi a criação do grupo profissional de dança. Um trabalho de aulas diárias de seis horas e ensaios regulares resultou na criação do espetáculo “Mar de Gente”, patrocinado pela Petrobras e Grupo Votorantim e e assistido por 28 mil espectadores em 51 apresentações. Para 2008, a idéia é não apenas manter o grupo de dança como também formar mais bailarinos, além do novo espetáculo. Nesta etapa, integrantes da Cia TeatroDança formarão outros jovens.
O projeto que está sendo preparado agora se sustenta numa sólida base de experiências bem-sucedidas em outros espetáculos. O caminho começou a ser trilhado em 1998, com a montagem de “Ciranda dos Homens ...Carnaval dos Animais”. Prosseguiu no ano seguinte, com “Tupi tu és” e “Além da Linha D’Água”, musical que já contou com a participação da atriz Marília Pêra. Em 1999 foi a vez da produção e em 2000 “Mãe Gentil” consagrou essa trajetória.
Criador do método da educação do movimento, um conceito desenvolvido em 30 anos de trabalho, Ivaldo Bertazzo também junta agora nesse grande novo projeto o plano de construção de um novo teatro. Produto que ainda depende de investidores, o espaço contará com uma sala de espetáculos para 450 espectadores e salas para cursos e outros trabalhos artísticos.
O novo ciclo, que engloba espetáculo musical, filme, aulas itinerantes, escola e uma sala de teatro, consagrará uma das mais significativas conquistas do método Bertazzo: a integração de diferentes camadas sociais em um mesmo espaço. Por envolver platéias que juntam tanto os amigos e parentes dos artistas da periferia como os admiradores da arte cênica de qualidade, os espetáculos da Cia TeatroDança sempre se destacou por colocar diferentes classes lado a lado.
Bertazzo iniciou os estudos de dança aos 16 anos de idade, em São Paulo. A influência de diversos mestres da arte se somou às experiências em escolas da Índia e Indonésia. Os conhecimentos da ciência oriental e da geometria do movimento se enriqueceram ainda mais com o aprendizado dos modernos conceitos de fisioterapia, em Bruxelas, centro de cadeias musculares e articulares. Na França, o coreógrafo ainda estudou a metodologia da coordenação motora de Piret e Béziers
A dramaturgia do novo espetáculo será assinada por Miguel Falabella. A montagem contará ainda com a participação de Marília Pera, não apenas no papel de atriz como também de professora das técnicas do teatro musical, habilidade que herdou do pai desde o início da década de 50. Completa os envolvidos nesse projeto, o cineasta Fernando Meireles, que fará um filme cujo roteiro será um espetáculo, o mesmo montado por Bertazzo e Falabella, que terá na platéia com parte do elenco do novo do filme de de Meireles.
O projeto da nova produção prevê uma temporada com 66 apresentações durante quatro meses em São Paulo e 33 no Rio, com previsão de um total de 45 mil espectadores.
A originalidade da criação se estende ao cenário. Os dois teatros escolhidos para abrigar a temporada - Tuca, em São Paulo, e João Caetano, no Rio – serão modificados para receber um novo formato de apresentação. Parte da platéia será deslocada para o palco convencional e o hall fará o papel de palco. Dessa forma, o espetáculo será apresentado no centro dos espectadores, com metade da platéia em seu espaço original e a outra no palco. Além de trazer uma nova relação entre artista e platéia, o conceito servirá para a produção de um filme longa-metragem, sob o comando de Fernando Meireles. O formato inédito não apenas permite ao publico ver também como se monta um filme como ainda otimiza as produções.
Outra inovação no projeto surgiu de uma antiga idéia de Bertazzo, incomodado com a ociosidade do espaço teatral. Durante uma temporada de espetáculo o teatro fica vazio durante as manhãs e as tardes. O coreógrafo decidiu utilizar esses períodos para aulas dentro do mesmo espaço. Dessa forma, teatro se transforma em escola. E o ensino, itinerante. As aulas começarão no dia da estréia.
Mas as lições não vão se encerrar junto com a temporada. Uma escola com espaço próprio será também criada com o objetivo de preparar profissionais para as mais variadas funções no mercado de trabalho artístico – do circo ou musical à telenovela. Resgatar o teatro musical e todo o método de formação dos profissionais que saibam representar o humor crítico é mais que um sonho. É o desafio de reproduzir “Oscaritos” e “Grandes Otelos”, como diz Bertazzo, em uma época já distante de clássicos como esses.
Esse centro de formação do multi artista não perderá de vista, no entanto, a função social que surgiu a partir do encontro dos talentos na periferia. Já se passaram dez anos desde que Ivaldo Bertazzo começou a trabalhar com esses jovens e a provar para a comunidade a capacidade de mudar relações sociais e culturais por meio da arte em um país de distâncias de classes tão acentuadas.
Ao conseguir ajustar o corpo do jovem da periferia à dança e revelar ao mundo que bailarinos não nascem apenas nas aulas de balé clássico, Bertazzo armazenou uma rica experiência. E é com essa experimentação que ele parte agora para a prática de seus resultados e para a realização de um projeto maior.
Vale ressaltar que o maior mérito do método Bertazzo na captação de talentos na periferia é não fazer desse trabalho um simples gesto assistencialista, que se encerra ao final de um espetáculo. Do total de 42 profissionais que fazem parte hoje da Cia TeatroDança Ivaldo Bertazzo 30 são integrantes do trabalho na perferia. Esses jovens foram contratados. E, como funcionários, se encarregam hoje de multiplicar o método e espalhar o benefício a outros talentos da periferia.
A metodologia se transformou em um modelo para que outros trabalhos assistenciais se voltem à profissionalização.
Na escola de teatro musical, o aluno, vindo ou não da periferia, aprenderá novas linguagens, ampliando um campo de trabalho hoje tão limitado.
Em 2007, o marco do projeto de Bertazzo foi a criação do grupo profissional de dança. Um trabalho de aulas diárias de seis horas e ensaios regulares resultou na criação do espetáculo “Mar de Gente”, patrocinado pela Petrobras e Grupo Votorantim e e assistido por 28 mil espectadores em 51 apresentações. Para 2008, a idéia é não apenas manter o grupo de dança como também formar mais bailarinos, além do novo espetáculo. Nesta etapa, integrantes da Cia TeatroDança formarão outros jovens.
O projeto que está sendo preparado agora se sustenta numa sólida base de experiências bem-sucedidas em outros espetáculos. O caminho começou a ser trilhado em 1998, com a montagem de “Ciranda dos Homens ...Carnaval dos Animais”. Prosseguiu no ano seguinte, com “Tupi tu és” e “Além da Linha D’Água”, musical que já contou com a participação da atriz Marília Pêra. Em 1999 foi a vez da produção e em 2000 “Mãe Gentil” consagrou essa trajetória.
Criador do método da educação do movimento, um conceito desenvolvido em 30 anos de trabalho, Ivaldo Bertazzo também junta agora nesse grande novo projeto o plano de construção de um novo teatro. Produto que ainda depende de investidores, o espaço contará com uma sala de espetáculos para 450 espectadores e salas para cursos e outros trabalhos artísticos.
O novo ciclo, que engloba espetáculo musical, filme, aulas itinerantes, escola e uma sala de teatro, consagrará uma das mais significativas conquistas do método Bertazzo: a integração de diferentes camadas sociais em um mesmo espaço. Por envolver platéias que juntam tanto os amigos e parentes dos artistas da periferia como os admiradores da arte cênica de qualidade, os espetáculos da Cia TeatroDança sempre se destacou por colocar diferentes classes lado a lado.
Bertazzo iniciou os estudos de dança aos 16 anos de idade, em São Paulo. A influência de diversos mestres da arte se somou às experiências em escolas da Índia e Indonésia. Os conhecimentos da ciência oriental e da geometria do movimento se enriqueceram ainda mais com o aprendizado dos modernos conceitos de fisioterapia, em Bruxelas, centro de cadeias musculares e articulares. Na França, o coreógrafo ainda estudou a metodologia da coordenação motora de Piret e Béziers
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