Edusp (Editora da USP) comemora 20 anos e o lançamento da Coleção Multiclássicos, o milésimo
Para marcar os vinte anos da reformulação que deu origem à editora universitária mais importante do país e a publicação de Épicos, seu milésimo título, a Edusp faz uma festa na sede da Fiesp, no dia 25 de março. Épicos – publicado em co-edição com a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo – é o primeiro lançamento da Coleção Multiclássicos, concebida e organizada por Ivan Teixeira.
Referência entre as editoras universitárias brasileiras, a Edusp (Editora da Universidade de São Paulo) comemora no dia 25 de março, com uma festa na Fiesp, o vigésimo aniversário da criação de seu Departamento Editorial e o lançamento do milésimo título, Épicos (em co-edição com a Imprensa Oficial do Estado), que inaugura a Coleção Multiclássicos, concebida e organizada por Ivan Teixeira. A criação do Departamento Editorial foi o primeiro passo para a reformulação da Edusp – iniciada pelo professor e crítico João Alexandre Barbosa (1937-2006) e por Plínio Martins Filho, respondendo a uma iniciativa do então reitor José Goldenberg – e marcou o início de uma nova fase do livro universitário no Brasil. Nesses vinte anos, a Edusp ganhou mais de sessenta prêmios Jabuti e atingiu um nível de excelência que repercutiu em outras editoras universitárias brasileiras.
Até a criação do Departamento Editorial, a Edusp fazia apenas co-edições. Era mais uma agência de financiamento do que uma editora propriamente dita, pois não possuía projeto editorial próprio, projeto gráfico e nem detinha os direitos autorais dos livros que fazia. Os livros eram superacadêmicos e pouco atraentes visualmente. Meses depois de assumir a presidência da Edusp, João Alexandre Barbosa convidou Plínio Martins Filho para ajudá-lo na tarefa de desenvolver coleções pensadas para atender não só a um público universitário moderno, mas também ao leitor de fora da universidade. Transformaram a Editora em veículo atualizado da produção intelectual da USP, que responde por cerca de 80% de seu catálogo. Renovaram a qualidade técnica dos livros, que passaram a contar com projeto gráfico personalizado, processo em que foram estudados e analisados todos os pormenores da produção do livro, desde a escolha adequada das capas, da tipologia, do papel e do acabamento gráfico. Graça a esse consciente trabalho de base, hoje qualquer livro da Edusp pode ser reconhecido entre milhares de outros em livrarias e feiras nacionais ou internacionais.
Hoje, o catálogo da Edusp possui obras clássicas em todas as áreas do conhecimento, incluindo as mais recentes teorias e pesquisas científicas, além de trabalhos sobre artistas brasileiros importantes: escritores, poetas, pintores, gravadores, compositores, arquitetos. Essa escolha representou, na altura, uma mudança de paradigma, pois até então as editoras universitárias não publicavam livros de arte nem davam muita atenção à produção propriamente humanística do saber universitário.
Outro paradigma superado pela Edusp foi o clichê de que “livro universitário não vende”. A Edusp provou que o livro acadêmico bem-feito pode competir com qualquer outro na estante de uma boa livraria. Prova disso é que cerca de um terço dos mil títulos editados está esgotado.“Quando a USP imprime sua marca em um livro, ela está dando seu aval e esse livro é reconhecido como um produto de qualidade”, observa Plínio Martins Filho, atual diretor-presidente da Edusp.
Do ponto de vista das vendas, História do Brasil, de Boris Fausto, da Coleção Didática, é o maior sucesso da editora: vende entre 10 e 15 mil exemplares por ano. Acha-se na 12ª edição e será publicado brevemente em italiano e japonês. Os livros da Coleção Didática não se intimidam diante dos hábitos cristalizados pela tradição do consumo. Por exemplo, não restringem o trabalho intelectual a um número pré-determinado de páginas. Mesmo assim, ou talvez por isso mesmo, são adotados por muitas escolas de nível médio, além de interessarem a leitores que já deixaram a escola e desejam se atualizar.
Outro aspecto importante é o fato de que toda a receita da Edusp é reinvestida na própria editora. Diferentemente do acontecia antes da reformulação, ela não conta com recursos do Estado. É obrigada a dar retorno financeiro para se sustentar.
O principal motivo da comemoração dos vinte anos, segundo Plínio Martins Filho, “é mostrar que uma instituição pública pode fazer um trabalho sério e de qualidade. Ela pode contribuir com a cultura, publicando essa produção, esse conhecimento e pode difundir esse conhecimento, que é outra das funções da universidade”.
O milésimo título
Concebida e organizada por Ivan Teixeira, professor de Literatura Brasileira da ECA-USP e da Universidade do Texas em Austin (EUA), a Coleção Multiclássicos foi planejada para oferecer edições confiáveis de autores essenciais da cultura brasileira, com ênfase em Literatura e História. Partindo do princípio de que uma editora universitária deve não só divulgar a produção científica da comunidade acadêmica, mas também zelar pelo acervo clássico do idioma, a Edusp pretende, com a Multiclássicos, oferecer edições confiáveis que proporcionem conforto e segurança no convívio com autores de comprovado relevo na cultura do país. O propósito da coleção é apresentar textos com apurado rigor editorial, sempre acompanhados de estudos que situem as respectivas obras nas questões de seu tempo e na história de sua leitura.
Com isso, além de resgatar, preservar e apresentar textos que nem sempre seduzem editoras privadas, a Multiclássicos deseja estimular o debate em torno desse tipo de obra, promovendo sua inserção atualizada nos dias de hoje. No Brasil, há inúmeros livros sobre os quais se repetem noções envelhecidas, algumas com séculos de existência, as quais não serão abandonadas senão pela renovação de sua leitura. Explica-se, assim, o conteúdo de Épicos, primeiro volume da Mulcilássicos: Prosopopéia, de Bento Teixeira; O Uraguay, de Basílio da Gama; Caramuru, de Santa Rita Durão; Vila Rica, de Cláudio Manuel da Costa; A Confederação dos Tamoios, de Gonçalves de Magalhães; e I-Juca-Pirama, de Gonçalves Dias.
Depois de breve apresentação das coordenadas da coleção, assinada por Ivan Teixeira, o primeiro volume da Multiclássicos apresenta longo e sistemático estudo sobre o gênero épico, escrito por João Adolfo Hansen, da Faculdade de Letras da USP. Depois, seguem os seis poemas, cada qual antecedido por ensaios escritos por especialistas especialmente convidados para o volume. Além de conter a história editorial do poema em questão, cada ensaio apresenta uma revisão crítica de sua importância, em perspectiva histórica. No fim do volume, há um minucioso glossário, que esclarece dificuldades vocabulares, mitológicas, históricas e geográficas. Escreveram ensaios para o volume Épicos os seguintes professores doutores e/ou livre-docentes, por ordem de aparecimento: Marcello Moreira, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB); Ivan Teixeira, da ECA-USP e da Universidade do Texas em Austin; Berty Biron, pesquisadora formada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (pucrj); Eliana Scotti Muzzi, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); João Adalberto Campato Júnior, da Universidade Estadual de Londrina (UEL); e Paulo Franchetti, professor livre-docente da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O próximo volume da Multiclássicos conterá romances da segunda metade do século XIX e deverá chamar-se Naturalistas.
Maria Fernanda Rodrigues/Alexandre Agabiti
Para marcar os vinte anos da reformulação que deu origem à editora universitária mais importante do país e a publicação de Épicos, seu milésimo título, a Edusp faz uma festa na sede da Fiesp, no dia 25 de março. Épicos – publicado em co-edição com a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo – é o primeiro lançamento da Coleção Multiclássicos, concebida e organizada por Ivan Teixeira.
Referência entre as editoras universitárias brasileiras, a Edusp (Editora da Universidade de São Paulo) comemora no dia 25 de março, com uma festa na Fiesp, o vigésimo aniversário da criação de seu Departamento Editorial e o lançamento do milésimo título, Épicos (em co-edição com a Imprensa Oficial do Estado), que inaugura a Coleção Multiclássicos, concebida e organizada por Ivan Teixeira. A criação do Departamento Editorial foi o primeiro passo para a reformulação da Edusp – iniciada pelo professor e crítico João Alexandre Barbosa (1937-2006) e por Plínio Martins Filho, respondendo a uma iniciativa do então reitor José Goldenberg – e marcou o início de uma nova fase do livro universitário no Brasil. Nesses vinte anos, a Edusp ganhou mais de sessenta prêmios Jabuti e atingiu um nível de excelência que repercutiu em outras editoras universitárias brasileiras.
Até a criação do Departamento Editorial, a Edusp fazia apenas co-edições. Era mais uma agência de financiamento do que uma editora propriamente dita, pois não possuía projeto editorial próprio, projeto gráfico e nem detinha os direitos autorais dos livros que fazia. Os livros eram superacadêmicos e pouco atraentes visualmente. Meses depois de assumir a presidência da Edusp, João Alexandre Barbosa convidou Plínio Martins Filho para ajudá-lo na tarefa de desenvolver coleções pensadas para atender não só a um público universitário moderno, mas também ao leitor de fora da universidade. Transformaram a Editora em veículo atualizado da produção intelectual da USP, que responde por cerca de 80% de seu catálogo. Renovaram a qualidade técnica dos livros, que passaram a contar com projeto gráfico personalizado, processo em que foram estudados e analisados todos os pormenores da produção do livro, desde a escolha adequada das capas, da tipologia, do papel e do acabamento gráfico. Graça a esse consciente trabalho de base, hoje qualquer livro da Edusp pode ser reconhecido entre milhares de outros em livrarias e feiras nacionais ou internacionais.
Hoje, o catálogo da Edusp possui obras clássicas em todas as áreas do conhecimento, incluindo as mais recentes teorias e pesquisas científicas, além de trabalhos sobre artistas brasileiros importantes: escritores, poetas, pintores, gravadores, compositores, arquitetos. Essa escolha representou, na altura, uma mudança de paradigma, pois até então as editoras universitárias não publicavam livros de arte nem davam muita atenção à produção propriamente humanística do saber universitário.
Outro paradigma superado pela Edusp foi o clichê de que “livro universitário não vende”. A Edusp provou que o livro acadêmico bem-feito pode competir com qualquer outro na estante de uma boa livraria. Prova disso é que cerca de um terço dos mil títulos editados está esgotado.“Quando a USP imprime sua marca em um livro, ela está dando seu aval e esse livro é reconhecido como um produto de qualidade”, observa Plínio Martins Filho, atual diretor-presidente da Edusp.
Do ponto de vista das vendas, História do Brasil, de Boris Fausto, da Coleção Didática, é o maior sucesso da editora: vende entre 10 e 15 mil exemplares por ano. Acha-se na 12ª edição e será publicado brevemente em italiano e japonês. Os livros da Coleção Didática não se intimidam diante dos hábitos cristalizados pela tradição do consumo. Por exemplo, não restringem o trabalho intelectual a um número pré-determinado de páginas. Mesmo assim, ou talvez por isso mesmo, são adotados por muitas escolas de nível médio, além de interessarem a leitores que já deixaram a escola e desejam se atualizar.
Outro aspecto importante é o fato de que toda a receita da Edusp é reinvestida na própria editora. Diferentemente do acontecia antes da reformulação, ela não conta com recursos do Estado. É obrigada a dar retorno financeiro para se sustentar.
O principal motivo da comemoração dos vinte anos, segundo Plínio Martins Filho, “é mostrar que uma instituição pública pode fazer um trabalho sério e de qualidade. Ela pode contribuir com a cultura, publicando essa produção, esse conhecimento e pode difundir esse conhecimento, que é outra das funções da universidade”.
O milésimo título
Concebida e organizada por Ivan Teixeira, professor de Literatura Brasileira da ECA-USP e da Universidade do Texas em Austin (EUA), a Coleção Multiclássicos foi planejada para oferecer edições confiáveis de autores essenciais da cultura brasileira, com ênfase em Literatura e História. Partindo do princípio de que uma editora universitária deve não só divulgar a produção científica da comunidade acadêmica, mas também zelar pelo acervo clássico do idioma, a Edusp pretende, com a Multiclássicos, oferecer edições confiáveis que proporcionem conforto e segurança no convívio com autores de comprovado relevo na cultura do país. O propósito da coleção é apresentar textos com apurado rigor editorial, sempre acompanhados de estudos que situem as respectivas obras nas questões de seu tempo e na história de sua leitura.
Com isso, além de resgatar, preservar e apresentar textos que nem sempre seduzem editoras privadas, a Multiclássicos deseja estimular o debate em torno desse tipo de obra, promovendo sua inserção atualizada nos dias de hoje. No Brasil, há inúmeros livros sobre os quais se repetem noções envelhecidas, algumas com séculos de existência, as quais não serão abandonadas senão pela renovação de sua leitura. Explica-se, assim, o conteúdo de Épicos, primeiro volume da Mulcilássicos: Prosopopéia, de Bento Teixeira; O Uraguay, de Basílio da Gama; Caramuru, de Santa Rita Durão; Vila Rica, de Cláudio Manuel da Costa; A Confederação dos Tamoios, de Gonçalves de Magalhães; e I-Juca-Pirama, de Gonçalves Dias.
Depois de breve apresentação das coordenadas da coleção, assinada por Ivan Teixeira, o primeiro volume da Multiclássicos apresenta longo e sistemático estudo sobre o gênero épico, escrito por João Adolfo Hansen, da Faculdade de Letras da USP. Depois, seguem os seis poemas, cada qual antecedido por ensaios escritos por especialistas especialmente convidados para o volume. Além de conter a história editorial do poema em questão, cada ensaio apresenta uma revisão crítica de sua importância, em perspectiva histórica. No fim do volume, há um minucioso glossário, que esclarece dificuldades vocabulares, mitológicas, históricas e geográficas. Escreveram ensaios para o volume Épicos os seguintes professores doutores e/ou livre-docentes, por ordem de aparecimento: Marcello Moreira, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB); Ivan Teixeira, da ECA-USP e da Universidade do Texas em Austin; Berty Biron, pesquisadora formada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (pucrj); Eliana Scotti Muzzi, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); João Adalberto Campato Júnior, da Universidade Estadual de Londrina (UEL); e Paulo Franchetti, professor livre-docente da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O próximo volume da Multiclássicos conterá romances da segunda metade do século XIX e deverá chamar-se Naturalistas.
Maria Fernanda Rodrigues/Alexandre Agabiti
Lu Fernandes Escritório de Comunicação
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