Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os consumidores brasileiros ainda não estão acostumados a utilizar uma poderosa arma para fazer valer reivindicações a empresas: o boicote.
Brasília - Os consumidores brasileiros ainda não estão acostumados a utilizar uma poderosa arma para fazer valer reivindicações a empresas: o boicote.
Essa é a avaliação da pesquisadora da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Marta Caputo, mestranda em comunicação pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Segundo ela, o boicote a determinados produtos pode fazer com que as empresas prestem mais atenção às demandas dos consumidores.“Pode ser que o resultado de um boicote não seja imediatamente constatado nos caixas da empresa, mas a sua reputação sofre arranhões significativos.
Em um momento em que as empresas buscam ter uma imagem compatível com a responsabilidade social, os prejuízos podem ter um peso que comprometa a imagem no mercado”, avalia. Para Caputo, mesmo que em um primeiro momento possa parecer que essas ações sejam insignificantes, elas são cada vez mais necessárias diante do grande descaso das grandes empresas em relação ao consumidor.
Ela diz que, no Brasil, ainda não há uma consciência coletiva em relação aos direitos dos consumidores. “Nós saímos nus nas ruas durante o carnaval, mas somos incapazes de nos mobilizar para sair às ruas com as nossas reivindicações, com exceção de alguns movimentos bem organizados do Brasil”, lamenta.
Marta Caputo lembra que a história do boicote é antiga. Segundo ela, a primeira campanha de boicotes foi registrada em 1930, quando o líder indiano Mohandas "Mahatma" Ghandi organizou a Marcha do Sal. Ele conclamou as pessoas a boicotar o produto industrializado e extrair o próprio sal do mar, em vez de pagar os altos impostos que incidiam sobre o produto.
Caputo também registra como um dos primeiros atos de boicote organizado a luta do ativista negro norte-americano Martin Luther King, que liderou uma campanha de boicote aos ônibus em Montgomery (Alabama, Estados Unidos), contra o sistema de segregação racial no transporte público da cidade.
Segundo a pesquisadora, os boicotes se tornaram cada vez mais populares a partir da década de 90. “Principalmente após os ataques da Torres Gêmeas e a ofensiva militar dos EUA ao Iraque, a pratica dos boicotes às multinacionais que apoiaram a candidatura de George W. Bush se disseminou rapidamente por meio da internet. Especialmente contra as posturas assumidas por esse governo, com o pretexto de combater o terrorismo”, analisa.
Fonte: Agência Brasil
extra tag: consumo consciente
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