Um estudo epidemiológico realizado pela Associação Americana para o Estudo de Doenças do Fígado (AASLD) e pesquisadores da Clinica Mayo dos Estados Unidos alerta que resultados elevados nos exames das enzimas do fígado são um prognostico de menor expectativa de vida devido a problemas cardiológicos. O alerta é importante por que aproximadamente uma em cada dez pessoas apresenta elevações em pelo menos uma das enzimas do fígado, sem necessidade de se tratar de um individuo que faça uso abusivo das bebidas alcoólicas ou esteja infectado com qualquer tipo de hepatite. Concentrações altas da enzima aspartato aminotransferase (transaminase AST ou TGO) no sangue tendem a indicar alterações ou doenças no fígado, mais o estudo constatou que a maioria dos óbitos acontece por problemas cardiológicos.
Os pesquisadores da Clinica Mayo, observando estudos publicados em outros países os quais relacionavam mortalidade em indivíduos com níveis elevados de transaminases, realizaram a pesquisa para confirmar se na população dos Estados Unidos acontecia uma situação semelhante. Para tal utilizaram os prontuários dos pacientes atendidos na Clinica Mato durante o ano de 1995 os quais entre outros exames, também, tinham realizado o das transaminases. Os que apresentavam níveis acima do normal foram acompanhados até abril de 2006 para determinar a sobrevivência desses pacientes em comparação a dados estatísticos da população em geral.
De 6.823 pacientes atendidos que realizaram exames de transaminases, 911 (13%) apresentavam níveis das transaminases acima do normal. Foram excluídos aqueles que mudaram da cidade ou os que morreram antes de completarem dois anos da data do exame, pois isso supõe se tratar de casos terminais.
Os pacientes que em 1995 apresentavam níveis de AST/TGO até duas vezes o valor máximo, o risco de morte aumentava em 39% quando comparado com indivíduos com transaminases normais. Já os que apresentavam níveis superiores a duas vezes o valor máximo, o risco de morte era elevado em 87%.
O aumento do risco de morte foi calculado considerando as estatísticas de óbitos do governo americano, as quais informam que na faixa etária dos participantes da pesquisa o risco de morte por qualquer motivo na população em geral e de 0,95% ao ano, passando a ser de 1,32% se o nível de AST/TGO dez anos antes era até duas vezes o valor máximo. Já nos indivíduos em que o nível da AST/TGO se encontrava em nível superior a duas vezes o valor máximo normal, o risco de morte nesses indivíduos aumenta para 1,78% ao ano.
O surpreendente do estudo e que 33,6% das mortes não foram ocasionadas por problemas hepáticos e, sim, por causas cardiovasculares, o que indica a necessidade de cuidados cardiológicos nos indivíduos que apresentam transaminases elevadas. É conhecido que problemas cardíacos podem aumentar os níveis das transaminases, mas não se conhecia a gravidade que isso representa no risco de morte.
Aproximadamente 10% da população apresentam elevações nas transaminases motivo pelo qual seria prudente que em toda consulta médica ao se solicitar a realização do hemograma seja realizado ao mesmo tempo o exame das transaminases, o qual é um exame simples, barato, que utiliza o mesmo sangue coletado para o hemograma. Ante qualquer alteração o médico deverá solicitar exames complementares para realizar o diagnostico daquilo que está afetando o fígado e colocando em risco a vida do paciente.
Texto de Carlos Varaldo, Coordenador do Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite, com informações do artigo cientifico "Serum aminotransferase activity and mortality risk in a United States community." Lee, Tae Hoon; Kim, W. Ray; Benson, Joanne; Therneau, Terry; Melton, III, L. Joseph. Publicado na revista Hepatology; 2008 Mar;47(3):880-7.
Carlos Varaldo
hepato@hepato.com
Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite
ONG - Registro n°.: 176.655 - RCPJ-RJ
CNPJ: 06.294.240/0001-22
Rio de Janeiro - RJ
www.hepato.com
29/04/2008
Os pesquisadores da Clinica Mayo, observando estudos publicados em outros países os quais relacionavam mortalidade em indivíduos com níveis elevados de transaminases, realizaram a pesquisa para confirmar se na população dos Estados Unidos acontecia uma situação semelhante. Para tal utilizaram os prontuários dos pacientes atendidos na Clinica Mato durante o ano de 1995 os quais entre outros exames, também, tinham realizado o das transaminases. Os que apresentavam níveis acima do normal foram acompanhados até abril de 2006 para determinar a sobrevivência desses pacientes em comparação a dados estatísticos da população em geral.
De 6.823 pacientes atendidos que realizaram exames de transaminases, 911 (13%) apresentavam níveis das transaminases acima do normal. Foram excluídos aqueles que mudaram da cidade ou os que morreram antes de completarem dois anos da data do exame, pois isso supõe se tratar de casos terminais.
Os pacientes que em 1995 apresentavam níveis de AST/TGO até duas vezes o valor máximo, o risco de morte aumentava em 39% quando comparado com indivíduos com transaminases normais. Já os que apresentavam níveis superiores a duas vezes o valor máximo, o risco de morte era elevado em 87%.
O aumento do risco de morte foi calculado considerando as estatísticas de óbitos do governo americano, as quais informam que na faixa etária dos participantes da pesquisa o risco de morte por qualquer motivo na população em geral e de 0,95% ao ano, passando a ser de 1,32% se o nível de AST/TGO dez anos antes era até duas vezes o valor máximo. Já nos indivíduos em que o nível da AST/TGO se encontrava em nível superior a duas vezes o valor máximo normal, o risco de morte nesses indivíduos aumenta para 1,78% ao ano.
O surpreendente do estudo e que 33,6% das mortes não foram ocasionadas por problemas hepáticos e, sim, por causas cardiovasculares, o que indica a necessidade de cuidados cardiológicos nos indivíduos que apresentam transaminases elevadas. É conhecido que problemas cardíacos podem aumentar os níveis das transaminases, mas não se conhecia a gravidade que isso representa no risco de morte.
Aproximadamente 10% da população apresentam elevações nas transaminases motivo pelo qual seria prudente que em toda consulta médica ao se solicitar a realização do hemograma seja realizado ao mesmo tempo o exame das transaminases, o qual é um exame simples, barato, que utiliza o mesmo sangue coletado para o hemograma. Ante qualquer alteração o médico deverá solicitar exames complementares para realizar o diagnostico daquilo que está afetando o fígado e colocando em risco a vida do paciente.
Texto de Carlos Varaldo, Coordenador do Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite, com informações do artigo cientifico "Serum aminotransferase activity and mortality risk in a United States community." Lee, Tae Hoon; Kim, W. Ray; Benson, Joanne; Therneau, Terry; Melton, III, L. Joseph. Publicado na revista Hepatology; 2008 Mar;47(3):880-7.
Carlos Varaldo
hepato@hepato.com
Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite
ONG - Registro n°.: 176.655 - RCPJ-RJ
CNPJ: 06.294.240/0001-22
Rio de Janeiro - RJ
www.hepato.com
29/04/2008
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pela visita. Todo comentário é moderado.
Palavrões,ofensas e assemelhados não são aceitos, assim como textos fora do contexto do post e/ou com link para outro site.