Alfried Karl Plöger*
Uniformidade, viabilizada pelo referendo luso, torna o português língua oficial da ONU. Considerando que, dentre as cerca de 210 milhões de pessoas incluídas no universo dos oito países da lusofonia, a grande maioria — 190 milhões — vive no Brasil, entende-se o porquê de, mais cedo ou mais tarde, todas as nações de língua portuguesa ratificarem internamente as mudanças, aprovadas em 1990.
Assim, foi natural, tanto quanto importante, a aprovação que acaba de ser dada pelos portugueses. Desencadeia-se, desse modo, o processo de mudança, que deverá, já em 2010, estar visível em livros e outras publicações.
Internacionalmente, a reforma converte o idioma em língua oficial da Organização das Nações Unidas.
Embora os portugueses, como legítimos donos da língua, tivessem resistido mais tempo às mudanças, a reforma terá impacto pequeno. Em seu país, as alterações atingem pouco mais de um por cento do total de palavras. É algo ínfimo ante os benefícios de ter um idioma reconhecido pela ONU.
Afinal, é preciso entender que a ortografia-padrão facilitará sobremaneira o intercâmbio cultural, cuja principal mídia continua sendo a impressa. Livros de todos os segmentos — ficção, didáticos, paradidáticos e científicos —, documentos e escrituras internacionais, contratos comerciais e textos de todos os gêneros poderão circular livremente entre os países, sem necessidade de revisão. É o que já ocorre com o Espanhol. O ensino do Português também será padronizado.
Como é fácil perceber, a reforma ortográfica terá sensível impacto na indústria gráfica. À medida que avance, milhões de exemplares de livros, dicionários, apostilas, manuais e jogos estarão desatualizados. Terão de ser reimpressos, criando uma previsível demanda extra bastante atraente para o setor.
Os itens ligados à educação e cultura deverão ser os primeiros a passar novamente pelas impressoras, pois é fundamental que tenham de imediato a nova base ortográfica. A internacionalização também favorece muito o trabalho de pré-impressão, considerando que o fornecimento de serviços para um cliente de Portugal, por exemplo, não exigirá mais a adaptação ortográfica da digitalização dos textos e editoração eletrônica.
Por mais puristas que sejamos quanto à língua portuguesa, é necessário compreender a importância e extensão da reforma ortográfica. A relação custo-benefício da mudança deverá acabar prevalecendo, até porque a nova ortografia não impedirá a espontânea e inevitável evolução regional da língua, um elemento vivo e sensível às peculiaridades culturais, políticas e socioeconômicas de cada país. A indústria gráfica, não só pela questão mercadológica, como pela responsabilidade intrínseca a um setor integrante da cadeia produtiva da comunicação, está-se preparando adequadamente para as mudanças, contribuindo, também, para a sua ampla e correta difusão.
*Alfried Karl Plöger é o presidente eleito da Abigraf (Associação Brasileira da Indústria Gráfica) e vice-presidente da Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas).
Danielle Rodrigues
Estagiária
Ricardo Viveiros & Associados - Oficina de Comunicação
www.viveiros.com.br
Uniformidade, viabilizada pelo referendo luso, torna o português língua oficial da ONU. Considerando que, dentre as cerca de 210 milhões de pessoas incluídas no universo dos oito países da lusofonia, a grande maioria — 190 milhões — vive no Brasil, entende-se o porquê de, mais cedo ou mais tarde, todas as nações de língua portuguesa ratificarem internamente as mudanças, aprovadas em 1990.
Assim, foi natural, tanto quanto importante, a aprovação que acaba de ser dada pelos portugueses. Desencadeia-se, desse modo, o processo de mudança, que deverá, já em 2010, estar visível em livros e outras publicações.
Internacionalmente, a reforma converte o idioma em língua oficial da Organização das Nações Unidas.
Embora os portugueses, como legítimos donos da língua, tivessem resistido mais tempo às mudanças, a reforma terá impacto pequeno. Em seu país, as alterações atingem pouco mais de um por cento do total de palavras. É algo ínfimo ante os benefícios de ter um idioma reconhecido pela ONU.
Afinal, é preciso entender que a ortografia-padrão facilitará sobremaneira o intercâmbio cultural, cuja principal mídia continua sendo a impressa. Livros de todos os segmentos — ficção, didáticos, paradidáticos e científicos —, documentos e escrituras internacionais, contratos comerciais e textos de todos os gêneros poderão circular livremente entre os países, sem necessidade de revisão. É o que já ocorre com o Espanhol. O ensino do Português também será padronizado.
Como é fácil perceber, a reforma ortográfica terá sensível impacto na indústria gráfica. À medida que avance, milhões de exemplares de livros, dicionários, apostilas, manuais e jogos estarão desatualizados. Terão de ser reimpressos, criando uma previsível demanda extra bastante atraente para o setor.
Os itens ligados à educação e cultura deverão ser os primeiros a passar novamente pelas impressoras, pois é fundamental que tenham de imediato a nova base ortográfica. A internacionalização também favorece muito o trabalho de pré-impressão, considerando que o fornecimento de serviços para um cliente de Portugal, por exemplo, não exigirá mais a adaptação ortográfica da digitalização dos textos e editoração eletrônica.
Por mais puristas que sejamos quanto à língua portuguesa, é necessário compreender a importância e extensão da reforma ortográfica. A relação custo-benefício da mudança deverá acabar prevalecendo, até porque a nova ortografia não impedirá a espontânea e inevitável evolução regional da língua, um elemento vivo e sensível às peculiaridades culturais, políticas e socioeconômicas de cada país. A indústria gráfica, não só pela questão mercadológica, como pela responsabilidade intrínseca a um setor integrante da cadeia produtiva da comunicação, está-se preparando adequadamente para as mudanças, contribuindo, também, para a sua ampla e correta difusão.
*Alfried Karl Plöger é o presidente eleito da Abigraf (Associação Brasileira da Indústria Gráfica) e vice-presidente da Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas).
Danielle Rodrigues
Estagiária
Ricardo Viveiros & Associados - Oficina de Comunicação
www.viveiros.com.br
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