A contribuição das novas tecnologias para fomentar a sustentabilidade na construção civil foi o principal tema do 5º Seminário – Tecnologia de Sistemas Prediais, promovido pelo SindusCon-SP (Sindicato da Industria da Construção Civil de São Paulo) na última quarta-feira (28/05) e contou com a participação de mais de 200 pessoas, entre construtores, incorporadores, engenheiros, empresários e profissionais da cadeia produtiva do setor.
O evento foi aberto pelo presidente do SindusCon-SP, João Claudio Robusti, apresentando dados que comprovam o momento de pujança da construção civil e enfatizando a importância da manutenção de um crescimento sustentável. Uma pesquisa inédita sobre as novas tecnologias de instalação interna de gás para o segmento residencial, apresentada pelo superintendente comercial da Comgás, Fábio Morgado, foi um dos destaques do Seminário. O estudo analisou os sistemas de energia a gás de 12 países, entre eles Estados Unidos, Japão, França e Colômbia, constatando que o Brasil possui tecnologias tão avançadas quanto o deles, mas ainda precisa criar condições para aumentar a participação do gás na matriz energética - o Brasil utiliza somente 9% de gás natural na produção de energia, enquanto em países desenvolvidos esse percentual pode chegar a 30%.
A pesquisa mostrou também que o objetivo é desenvolver a infra-estrutura necessária para levar o gás natural às classes de baixa renda, seguindo o exemplo da Colômbia, cujo êxito da iniciativa proporcionou um bem-estar social maior à população, já que a utilização do gás como fonte de energia reduz o valor das contas e não polui o meio ambiente.
Energia Solar
A polêmica lei municipal de São Paulo que exige a utilização de energia solar em novos empreendimentos construídos na cidade, foi o principal tema da segunda parte do seminário. O vice-presidente de Desenvolvimento do SindusCon-SP, Francisco Vasconcellos, esclareceu que a entidade não é contra a criação da lei, mas expôs alguns pontos que entende ser equivocados.
Para ele, é um erro impor que todos os novos edifícios usem o aquecimento solar como primeira opção para gerar energia, já que existem várias inviabilidades técnicas, especialmente em relação a prédios acima de 25 andares. “A lei não pode ser imposta de cima para baixo. Deve ser discutida,” diz.
Vasconcellos também respondeu perguntas sobre o artigo da mesma lei que libera as construtoras do cumprimento das exigências caso sejam comprovadas inviabilidades técnicas. “Se a lei existe, devemos fazer o possível para cumpri-la. Mas esse subterfúgio é um reconhecimento de que há problemas em volta do tema e realmente pode ser que muitas empresas se aproveitem disso”.
Ainda nesta segunda etapa, os engenheiros Leonardo Charmone Cardoso, da Transsen Aquecedor Solar, e Marcelo Borges, da Aquecedores Cumulus SA, apresentaram detalhadamente tecnologias eficientes já instaladas em alguns locais e que podem ser usadas pelo setor para cumprir os termos da lei.
Na terceira e última parte do evento, os sistemas de transportes, comunicações e instalações especiais foram o assunto central. As palestras mostraram que as novas tecnologias desenvolvidas estão revolucionando a maneira como as edificações são projetadas e erguidas. O gerente da CommScope Systimax Solutions, Ricardo Daizem, destacou que entre as principais inovações estão os sistemas de transmissão de dados e voz.
Segundo Daizem, a tendência é que em cinco anos todos os sistemas sejam interligados por fibra ótica. "Hoje, isso ainda é um problema porque alguns sistemas, como o de telefonia, resistem a ter uma interface com a fibra e ainda exigem os cabos de cobre", disse. A Elevadores Otis apresentou no evento os drives regenerativos, lançandos mundialmente em setembro do ano passado.
Marcos Bovo, gerente de engenharia da empresa, destacou que a utilização do dispositivo atua enquanto um gerenciador de energia, otimizando o consumo e transferindo a energia economizada para a rede elétrica do edifício para ser reaproveitada em outro sistema, como o de iluminação ou de ar condicionado. Bovo também falou sobre os elevadores que dispensam as casas de máquinas, uma tendência mundial, adotados em praticamente todas as novas construções da Europa, gerando maior aproveitamento do espaço e valorizando a estética do edifício.
Lançados no Brasil no ano 2000, hoje representam 30% das vendas da empresa no país. O diretor da REM Construtora, Renato Mauro, e o diretor da Vitalux, Eduardo Moreno, apresentaram o condomínio Gran Parc Vila Nova como case de um projeto sustentável e com eficiência energética. O Gran Parc Vila Nova, empreendimento residencial diferenciado de alto padrão é considerado o primeiro edifício sustentável e deu à REM o Prêmio Holcim Awards 2005 América Latina.
A importância da participação do projetista de sistemas prediais desde a etapa de concepção de um projeto foi o tema principal da última palestra do dia, que contou com a participação de Luiz Alberto Lúcio, diretor da Lúcio Engenharia e membro do Comitê de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP, e do engenheiro da Sanhidrel, Cristiano Benvindo. Segundo Benvindo, instalações mal projetadas até podem inviabilizar um projeto e itens que aparentemente não teriam a ver com a atividade, como a localização do terreno com face para apenas uma rua, podem onerar em até 20% o custo final da obra. "Um grande empreendimento com face para várias ruas barateia o projeto de instalações por possibilitar, às vezes, até entradas individuais das conexões com os serviços públicos", justificou.
SindusCon-SP:
Rafael Marko e Nathalia Barboza
D2 Comunicação:
Cassia Domingues e Rafael Vazquez
SindusCon-SP - Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo
www.sindusconsp.com.br
O evento foi aberto pelo presidente do SindusCon-SP, João Claudio Robusti, apresentando dados que comprovam o momento de pujança da construção civil e enfatizando a importância da manutenção de um crescimento sustentável. Uma pesquisa inédita sobre as novas tecnologias de instalação interna de gás para o segmento residencial, apresentada pelo superintendente comercial da Comgás, Fábio Morgado, foi um dos destaques do Seminário. O estudo analisou os sistemas de energia a gás de 12 países, entre eles Estados Unidos, Japão, França e Colômbia, constatando que o Brasil possui tecnologias tão avançadas quanto o deles, mas ainda precisa criar condições para aumentar a participação do gás na matriz energética - o Brasil utiliza somente 9% de gás natural na produção de energia, enquanto em países desenvolvidos esse percentual pode chegar a 30%.
A pesquisa mostrou também que o objetivo é desenvolver a infra-estrutura necessária para levar o gás natural às classes de baixa renda, seguindo o exemplo da Colômbia, cujo êxito da iniciativa proporcionou um bem-estar social maior à população, já que a utilização do gás como fonte de energia reduz o valor das contas e não polui o meio ambiente.
Energia Solar
A polêmica lei municipal de São Paulo que exige a utilização de energia solar em novos empreendimentos construídos na cidade, foi o principal tema da segunda parte do seminário. O vice-presidente de Desenvolvimento do SindusCon-SP, Francisco Vasconcellos, esclareceu que a entidade não é contra a criação da lei, mas expôs alguns pontos que entende ser equivocados.
Para ele, é um erro impor que todos os novos edifícios usem o aquecimento solar como primeira opção para gerar energia, já que existem várias inviabilidades técnicas, especialmente em relação a prédios acima de 25 andares. “A lei não pode ser imposta de cima para baixo. Deve ser discutida,” diz.
Vasconcellos também respondeu perguntas sobre o artigo da mesma lei que libera as construtoras do cumprimento das exigências caso sejam comprovadas inviabilidades técnicas. “Se a lei existe, devemos fazer o possível para cumpri-la. Mas esse subterfúgio é um reconhecimento de que há problemas em volta do tema e realmente pode ser que muitas empresas se aproveitem disso”.
Ainda nesta segunda etapa, os engenheiros Leonardo Charmone Cardoso, da Transsen Aquecedor Solar, e Marcelo Borges, da Aquecedores Cumulus SA, apresentaram detalhadamente tecnologias eficientes já instaladas em alguns locais e que podem ser usadas pelo setor para cumprir os termos da lei.
Na terceira e última parte do evento, os sistemas de transportes, comunicações e instalações especiais foram o assunto central. As palestras mostraram que as novas tecnologias desenvolvidas estão revolucionando a maneira como as edificações são projetadas e erguidas. O gerente da CommScope Systimax Solutions, Ricardo Daizem, destacou que entre as principais inovações estão os sistemas de transmissão de dados e voz.
Segundo Daizem, a tendência é que em cinco anos todos os sistemas sejam interligados por fibra ótica. "Hoje, isso ainda é um problema porque alguns sistemas, como o de telefonia, resistem a ter uma interface com a fibra e ainda exigem os cabos de cobre", disse. A Elevadores Otis apresentou no evento os drives regenerativos, lançandos mundialmente em setembro do ano passado.
Marcos Bovo, gerente de engenharia da empresa, destacou que a utilização do dispositivo atua enquanto um gerenciador de energia, otimizando o consumo e transferindo a energia economizada para a rede elétrica do edifício para ser reaproveitada em outro sistema, como o de iluminação ou de ar condicionado. Bovo também falou sobre os elevadores que dispensam as casas de máquinas, uma tendência mundial, adotados em praticamente todas as novas construções da Europa, gerando maior aproveitamento do espaço e valorizando a estética do edifício.
Lançados no Brasil no ano 2000, hoje representam 30% das vendas da empresa no país. O diretor da REM Construtora, Renato Mauro, e o diretor da Vitalux, Eduardo Moreno, apresentaram o condomínio Gran Parc Vila Nova como case de um projeto sustentável e com eficiência energética. O Gran Parc Vila Nova, empreendimento residencial diferenciado de alto padrão é considerado o primeiro edifício sustentável e deu à REM o Prêmio Holcim Awards 2005 América Latina.
A importância da participação do projetista de sistemas prediais desde a etapa de concepção de um projeto foi o tema principal da última palestra do dia, que contou com a participação de Luiz Alberto Lúcio, diretor da Lúcio Engenharia e membro do Comitê de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP, e do engenheiro da Sanhidrel, Cristiano Benvindo. Segundo Benvindo, instalações mal projetadas até podem inviabilizar um projeto e itens que aparentemente não teriam a ver com a atividade, como a localização do terreno com face para apenas uma rua, podem onerar em até 20% o custo final da obra. "Um grande empreendimento com face para várias ruas barateia o projeto de instalações por possibilitar, às vezes, até entradas individuais das conexões com os serviços públicos", justificou.
SindusCon-SP:
Rafael Marko e Nathalia Barboza
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