quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Araquém Alcântara lança 'Chapada Diamantina'


Novo livro do fotógrafo Araquém Alcântara, um dos mais importantes fotógrafos brasileiros da atualidade, celebra a riqueza deste oásis em meio ao sertão da Bahia

No interior da Bahia existe uma área tão grande quanto rica, de rios transparentes que banharam muito ouro e diamantes. Essa terra, ainda pouco conhecida pelos brasileiros, ganha homenagem à altura de sua exuberância com o livro Chapada Diamantina (Editora TerraBrasil), que está sendo lançado pelo fotógrafo Araquém Alcântara.

Com a publicação, Araquém concretiza um projeto antigo. “Faz 12 anos que decidi celebrar a Chapada, um dos lugares de maior beleza no Brasil, um oásis em pleno sertão. Meus projetos têm gestação lenta porque exigem infra-estrutura pesada. De qualquer modo, eu sabia que um dia iria mostrar publicamente essa terra ainda bastante preservada”, afirma o fotógrafo.

O ensaio de Araquém traz fotos captadas em filme e digitais, em cor e p&b. Ainda inclui versos de João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, Euclides da Cunha, Cecília Meireles e outros. E o capítulo Terras do eterno garimpar, escrito por Daniel Nunes Gonçalves, rico em dados objetivos e análises sobre história, geografia, vida social, fauna e flora da Chapada. O prefácio é de Orlando Senna, cineasta e jornalista nascido na Chapada Diamantina, ex-diretor da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, atualmente na TV Pública.

Chapada Diamantina tem direção de arte e projeto gráfico de Fernando Moser (Shadow Design), edição bilíngüe português-inglês, no formato 30 cm x 24 cm.

A riqueza da Chapada – No século 21, a riqueza da Chapada Diamantina não se mede mais em ouro ou diamantes. Os minérios foram tragados pelos exploradores que correram à região em diferentes períodos. A fortuna agora é a diversidade biológica.

Araquém revela essa herança em mais de cem fotos. Estão lá a pedra e a cachoeira, a bromélia e o cacto, a mata fechada e a rasteira, a águia, o urubu, o tamanduá, a cobra, o gafanhoto, o tatu, a coruja.

Isso tudo é um síntese. Pesquisadores relacionam 161 espécies só de orquídeas. Há ainda 58 de mamíferos, 76 de peixes e 132 de aves. Sem falar nas montanhas e cavernas, com pinturas rupestres feitas pelos primeiros humanos, há oito mil anos.

A presença humana contemporânea também está devidamente representada em lindos retratos de tropeiros, garimpeiros, ambientalistas, donas-de-casa, aposentados e crianças, entre outros membros das 120 famílias reconhecidas.

Perfil de Araquém Alcântara

“Tenho obsessão pela natureza primitiva, intocada e pura”. Assim, Araquém Alcântara, 57 anos, explica suas escolhas nos mais de 30 livros que lançou como autor ou co-autor em quase quatro décadas de expedições por um Brasil desconhecido dos próprios brasileiros. São registros que fizeram dele um dos pioneiros e mais importantes fotógrafos do gênero no mundo.

Outra de suas motivações é o manifesto visual pela urgência de se encontrar a sustentabilidade em prejuízo da destruição ambiental. Em sua obra pautada por essas duas paixões figura Terra Brasil (DBA, 1998; Melhoramentos, 2001), que já ultrapassou 80 mil cópias e é o livro de fotografia mais vendido no país.

Separados ou em conjunto, as publicações de Araquém compõem um riquíssimo inventário da história natural do país, com o testemunho de uma infinidade de espécies de pássaros, répteis, mamíferos, flores, árvores e outros seres, além das histórias das pessoas que habitam esses locais.

Tudo começou em Santos (SP), para onde Araquém, nascido em Florianópolis (SC), se mudou. Na costa paulista seu pai lhe apresentou a Mata Atlântica. O fez com tamanho respeito pelo verde que encantou o jovem.

“Foi pelas mãos de meu pai em meio à Mata Atlântica que percebi, ainda garoto, a eloqüência da beleza da mata, o quanto ela possui e nos apresenta de mistério, eterno e divino”, diz.

Para ele, documentar a floresta tropical é de uma dificuldade estimulante. “A mata fechada é escura. Ela entrecorta o sol e a sombra. Por um lado, fascina. Por outro, aflige. A mata não é convidativa para um fotógrafo”.

Araquém conta mais: “O trabalho exige silêncio, contemplação e paciência. Sem uma quase simbiose com a mata não se obtém a foto. E, às vezes, o cenário inclui uma onça, um jacaré ou uma jibóia”.

Seu grau de envolvimento com o assunto que focaliza fica ainda mais claro quando Araquém repete frase atribuída ao célebre fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson: “Ele dizia que, para se conseguir uma boa foto, é preciso ter a visão, a mente e o coração na mesma linha de mira”.

Tal dedicação tem lhe rendido importantes manifestações de reconhecimento. Uma das mais recentes é o Prêmio Dorothy Stang de Humanidade, de 2007. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Fernando Pini, concedido pelas indústrias gráficas para Mar de Dentro, considerado o Melhor Livro de Arte do Ano.

Em 2006, recebeu o Prêmio Jabuti, o mais importante do meio literário, na categoria Fotografia, com o livro Amazônia.

Araquém foi o primeiro fotógrafo a documentar todos os 52 parques nacionais do país, como também o primeiro brasileiro a produzir uma edição especial para a National Geographic, intitulada Bichos do Brasil.

Em dezembro de 1997, ele realizou a sua mais importante exposição individual no exterior, Terra Brasil, na Canning House Gallery, em Londres, com 50 imagens dos parques nacionais.

E ainda tem trabalhos seus adquiridos pelos acervos do Museu do Café (Kobe, Japão), do Centro Georges Pompidou (Paris, França), do Museu Britânico (Londres, Reino Unido), do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e do Museu de Arte Moderna (MAM, São Paulo), entre outras casas.

Mais informações estão disponíveis no site oficial do artista: http://www.araquem.com.br/.

Assessoria de Imprensa:
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