Em novo livro, Araquém Alcântara, o mais importante fotógrafo brasileiro de natureza, registra a exuberância de rios, lagos e cachoeiras de norte ao sul do país
Livro de arte tem prefácio de Gilberto Gil e textos de Otávio Rodrigues
Pode-se dizer que o fotógrafo brasileiro Araquém Alcântara escreve uma nova e diferente geografia do país. O livro de fotos Águas do Brasil (Editora Terra Brasil), que está chegando às livrarias, é a mais nova comprovação da impressionante documentação visual que realiza.
Com mais de 30 livros como autor e outros tantos como co-autor, desde o início dos anos 70 o artista registra com minúcia o que chama de “essência do Brasil”. Ou seja, os segredos da natureza tropical, sendo considerado pioneiro e um dos melhores fotógrafos do gênero em todo o mundo.
Águas do Brasil deriva de várias expedições fotográficas empreendidas por Araquém nos últimos anos, quando clicou todos os rios, lagos, cachoeiras, peixes, pescadores e banhistas que atraíram suas lentes entre o Oiapoque e o Chuí.
Há cerca de cinco anos, ele percebeu a força de reunir tanta vida (sim, a água parece respirar nas fotos de Araquém) em uma única obra. Viajou por várias partes do país, durante cinco meses em 2007, exclusivamente para concluir algumas captações que não constavam em seu acervo. Entre milhares de opções, selecionou as cerca de cento e trinta fotos que compõem o livro.
Águas do Brasil tem textos de Otávio Rodrigues, prefácio de Gilberto Gil, apresentação de Carlos A. Nobre. Projeto gráfico de Victor Burton e Ângelo Bottino. Edição bilíngüe português-inglês, formato 30 cm x 24 cm, 224 páginas.
A nova geografia
A obra consiste num inédito e atualizado inventário dos riquíssimos recursos hídricos naturais do Brasil – um conjunto que raramente é presenciado pela quase totalidade da população.
É esta a nova geografia que não consta dos livros escolares, tampouco é conhecida em sua plenitude por professores, políticos, gestores públicos, intelectuais, comunicadores e outros formadores de opinião. A relevância global do projeto é, portanto, inequívoca.
A motivação de Araquém Alcântara para compor Águas do Brasil vem de uma causa. O fotógrafo catarinense criado em Santos (SP) já enveredou dezenas de vezes por matas, cavernas, praias e montanhas do país. Habituou-se a avançar com o pântano até os joelhos, carregar quilos na mochila, trabalhar rodeado de mosquitos, avizinhar-se de cobras e onças. Adversidades dessa categoria já não o tiram do sério. Ele soube superar mesmo quando raptado pelos caiapós ou doente de malária. Deixá-lo bravo é mais fácil: basta mencionar desmatamento, poluição ou desperdício de água.
Abundância e seca
A militância explica porque, depois de nos encher os olhos com a exuberância das águas, o novo livro inclui a palidez das palafitas, do chão duro e dos brasileiros que vagam sob o sol do norte, cada um munido de um balde vazio.
Na verdade, todos os trabalhos de Araquém fogem do óbvio e denunciam a ignorância e o descaso, num protesto não-verbal e ao mesmo tempo eloqüente, repleto de ampliações, cores e detalhes generosamente expostos a partir de seu olhar crítico.
O artista resume: “Se nada for feito já pela preservação das nascentes e da natureza em geral, os futuros brasileiros vão nos julgar como, no mínimo, coniventes e assassinos. A destruição acontece a cada minuto. Precisamos fazer alguma coisa”.
O que se vê na carreira de Araquém, com tantas imagens de impacto tornadas públicas, é que ele faz com excelência a parte que lhe cabe.
O livro Águas do Brasil é enriquecido com textos de Otávio Rodrigues situando cada foto e analisando, com objetividade e abrangência, a gravidade do problema da escassez da água doce no mundo, sem esquecer que o Brasil possui o maior manancial do planeta.
O prefácio é de Gilberto Gil. Palavras de João Cabral de Melo Neto, Manoel de Barros, Thiago de Mello, Guimarães Rosa, Pero Vaz de Caminha e outros autores ainda complementam a obra.
Perfil de Araquém Alcântara
“Tenho obsessão pela natureza primitiva, intocada e pura”. Assim, Araquém Alcântara, 57 anos, explica suas escolhas nos mais de 30 livros que lançou como autor ou co-autor em quase quatro décadas de expedições por um Brasil desconhecido dos próprios brasileiros. São registros que fizeram dele um dos pioneiros e mais importantes fotógrafos do gênero no mundo.
Outra de suas motivações é o manifesto visual pela urgência de se encontrar a sustentabilidade em prejuízo da destruição ambiental. Em sua obra pautada por essas duas paixões figura Terra Brasil (DBA, 1998; Melhoramentos, 2001), que já ultrapassou 80 mil cópias e é o livro de fotografia mais vendido no país.
Separados ou em conjunto, as publicações de Araquém compõem um riquíssimo inventário da história natural do país, com o testemunho de uma infinidade de espécies de pássaros, répteis, mamíferos, flores, árvores e outros seres, além das histórias das pessoas que habitam esses locais.
Tudo começou em Santos (SP), para onde Araquém, nascido em Florianópolis (SC), se mudou. Na costa paulista seu pai lhe apresentou a Mata Atlântica. O fez com tamanho respeito pelo verde que encantou o jovem.
“Foi pelas mãos de meu pai em meio à Mata Atlântica que percebi, ainda garoto, a eloqüência da beleza da mata, o quanto ela possui e nos apresenta de mistério, eterno e divino”, diz.
Para ele, documentar a floresta tropical é de uma dificuldade estimulante. “A mata fechada é escura. Ela entrecorta o sol e a sombra. Por um lado, fascina. Por outro, aflige. A mata não é convidativa para um fotógrafo”.
Araquém conta mais: “O trabalho exige silêncio, contemplação e paciência. Sem uma quase simbiose com a mata não se obtém a foto. E, às vezes, o cenário inclui uma onça, um jacaré ou uma jibóia”.
Seu grau de envolvimento com o assunto que focaliza fica ainda mais claro quando Araquém repete frase atribuída ao célebre fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson: “Ele dizia que, para se conseguir uma boa foto, é preciso ter a visão, a mente e o coração na mesma linha de mira”.
Tal dedicação tem lhe rendido importantes manifestações de reconhecimento. Uma das mais recentes é o Prêmio Dorothy Stang de Humanidade, de 2007. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Fernando Pini, concedido pelas indústrias gráficas para Mar de Dentro, considerado o Melhor Livro de Arte do Ano.
Em 2006, recebeu o Prêmio Jabuti, o mais importante do meio literário, na categoria Fotografia, com o livro Amazônia.
Araquém foi o primeiro fotógrafo a documentar todos os 52 parques nacionais do país, como também o primeiro brasileiro a produzir uma edição especial para a National Geographic, intitulada Bichos do Brasil.
Em dezembro de 1997, ele realizou a sua mais importante exposição individual no exterior, Terra Brasil, na Canning House Gallery, em Londres, com 50 imagens dos parques nacionais.
E ainda tem trabalhos seus adquiridos pelos acervos do Museu do Café (Kobe, Japão), do Centro Georges Pompidou (Paris, França), do Museu Britânico (Londres, Reino Unido), do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e do Museu de Arte Moderna (MAM, São Paulo), entre outras casas.
Mais informações estão disponíveis no site oficial do artista: http://www.araquem.com.br/.
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Livro de arte tem prefácio de Gilberto Gil e textos de Otávio Rodrigues
Pode-se dizer que o fotógrafo brasileiro Araquém Alcântara escreve uma nova e diferente geografia do país. O livro de fotos Águas do Brasil (Editora Terra Brasil), que está chegando às livrarias, é a mais nova comprovação da impressionante documentação visual que realiza.
Com mais de 30 livros como autor e outros tantos como co-autor, desde o início dos anos 70 o artista registra com minúcia o que chama de “essência do Brasil”. Ou seja, os segredos da natureza tropical, sendo considerado pioneiro e um dos melhores fotógrafos do gênero em todo o mundo.
Águas do Brasil deriva de várias expedições fotográficas empreendidas por Araquém nos últimos anos, quando clicou todos os rios, lagos, cachoeiras, peixes, pescadores e banhistas que atraíram suas lentes entre o Oiapoque e o Chuí.
Há cerca de cinco anos, ele percebeu a força de reunir tanta vida (sim, a água parece respirar nas fotos de Araquém) em uma única obra. Viajou por várias partes do país, durante cinco meses em 2007, exclusivamente para concluir algumas captações que não constavam em seu acervo. Entre milhares de opções, selecionou as cerca de cento e trinta fotos que compõem o livro.
Águas do Brasil tem textos de Otávio Rodrigues, prefácio de Gilberto Gil, apresentação de Carlos A. Nobre. Projeto gráfico de Victor Burton e Ângelo Bottino. Edição bilíngüe português-inglês, formato 30 cm x 24 cm, 224 páginas.
A nova geografia
A obra consiste num inédito e atualizado inventário dos riquíssimos recursos hídricos naturais do Brasil – um conjunto que raramente é presenciado pela quase totalidade da população.
É esta a nova geografia que não consta dos livros escolares, tampouco é conhecida em sua plenitude por professores, políticos, gestores públicos, intelectuais, comunicadores e outros formadores de opinião. A relevância global do projeto é, portanto, inequívoca.
A motivação de Araquém Alcântara para compor Águas do Brasil vem de uma causa. O fotógrafo catarinense criado em Santos (SP) já enveredou dezenas de vezes por matas, cavernas, praias e montanhas do país. Habituou-se a avançar com o pântano até os joelhos, carregar quilos na mochila, trabalhar rodeado de mosquitos, avizinhar-se de cobras e onças. Adversidades dessa categoria já não o tiram do sério. Ele soube superar mesmo quando raptado pelos caiapós ou doente de malária. Deixá-lo bravo é mais fácil: basta mencionar desmatamento, poluição ou desperdício de água.
Abundância e seca
A militância explica porque, depois de nos encher os olhos com a exuberância das águas, o novo livro inclui a palidez das palafitas, do chão duro e dos brasileiros que vagam sob o sol do norte, cada um munido de um balde vazio.
Na verdade, todos os trabalhos de Araquém fogem do óbvio e denunciam a ignorância e o descaso, num protesto não-verbal e ao mesmo tempo eloqüente, repleto de ampliações, cores e detalhes generosamente expostos a partir de seu olhar crítico.
O artista resume: “Se nada for feito já pela preservação das nascentes e da natureza em geral, os futuros brasileiros vão nos julgar como, no mínimo, coniventes e assassinos. A destruição acontece a cada minuto. Precisamos fazer alguma coisa”.
O que se vê na carreira de Araquém, com tantas imagens de impacto tornadas públicas, é que ele faz com excelência a parte que lhe cabe.
O livro Águas do Brasil é enriquecido com textos de Otávio Rodrigues situando cada foto e analisando, com objetividade e abrangência, a gravidade do problema da escassez da água doce no mundo, sem esquecer que o Brasil possui o maior manancial do planeta.
O prefácio é de Gilberto Gil. Palavras de João Cabral de Melo Neto, Manoel de Barros, Thiago de Mello, Guimarães Rosa, Pero Vaz de Caminha e outros autores ainda complementam a obra.
Perfil de Araquém Alcântara
“Tenho obsessão pela natureza primitiva, intocada e pura”. Assim, Araquém Alcântara, 57 anos, explica suas escolhas nos mais de 30 livros que lançou como autor ou co-autor em quase quatro décadas de expedições por um Brasil desconhecido dos próprios brasileiros. São registros que fizeram dele um dos pioneiros e mais importantes fotógrafos do gênero no mundo.
Outra de suas motivações é o manifesto visual pela urgência de se encontrar a sustentabilidade em prejuízo da destruição ambiental. Em sua obra pautada por essas duas paixões figura Terra Brasil (DBA, 1998; Melhoramentos, 2001), que já ultrapassou 80 mil cópias e é o livro de fotografia mais vendido no país.
Separados ou em conjunto, as publicações de Araquém compõem um riquíssimo inventário da história natural do país, com o testemunho de uma infinidade de espécies de pássaros, répteis, mamíferos, flores, árvores e outros seres, além das histórias das pessoas que habitam esses locais.
Tudo começou em Santos (SP), para onde Araquém, nascido em Florianópolis (SC), se mudou. Na costa paulista seu pai lhe apresentou a Mata Atlântica. O fez com tamanho respeito pelo verde que encantou o jovem.
“Foi pelas mãos de meu pai em meio à Mata Atlântica que percebi, ainda garoto, a eloqüência da beleza da mata, o quanto ela possui e nos apresenta de mistério, eterno e divino”, diz.
Para ele, documentar a floresta tropical é de uma dificuldade estimulante. “A mata fechada é escura. Ela entrecorta o sol e a sombra. Por um lado, fascina. Por outro, aflige. A mata não é convidativa para um fotógrafo”.
Araquém conta mais: “O trabalho exige silêncio, contemplação e paciência. Sem uma quase simbiose com a mata não se obtém a foto. E, às vezes, o cenário inclui uma onça, um jacaré ou uma jibóia”.
Seu grau de envolvimento com o assunto que focaliza fica ainda mais claro quando Araquém repete frase atribuída ao célebre fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson: “Ele dizia que, para se conseguir uma boa foto, é preciso ter a visão, a mente e o coração na mesma linha de mira”.
Tal dedicação tem lhe rendido importantes manifestações de reconhecimento. Uma das mais recentes é o Prêmio Dorothy Stang de Humanidade, de 2007. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Fernando Pini, concedido pelas indústrias gráficas para Mar de Dentro, considerado o Melhor Livro de Arte do Ano.
Em 2006, recebeu o Prêmio Jabuti, o mais importante do meio literário, na categoria Fotografia, com o livro Amazônia.
Araquém foi o primeiro fotógrafo a documentar todos os 52 parques nacionais do país, como também o primeiro brasileiro a produzir uma edição especial para a National Geographic, intitulada Bichos do Brasil.
Em dezembro de 1997, ele realizou a sua mais importante exposição individual no exterior, Terra Brasil, na Canning House Gallery, em Londres, com 50 imagens dos parques nacionais.
E ainda tem trabalhos seus adquiridos pelos acervos do Museu do Café (Kobe, Japão), do Centro Georges Pompidou (Paris, França), do Museu Britânico (Londres, Reino Unido), do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e do Museu de Arte Moderna (MAM, São Paulo), entre outras casas.
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