quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Entidades irão à Justiça para impedir criação de mais cursos de Medicina

A Associação Médica Brasileira (AMB) e a Associação Médica do Paraná (AMP) vão entrar com medidas jurídicas para impedir a criação de novos cursos de Medicina que não atendam aos critérios mínimos de qualidade considerados.
De acordo com os presidentes das entidades, respectivamente, José Luiz Gomes do Amaral e José Fernando Macedo, esta é uma iniciativa para garantir a qualidade do ensino médico no Estado do Paraná e em todo o País. "Para que seja considerada qualificada, uma faculdade precisa ter um hospital próprio, oferta de vagas de residência médica, unidades ambulatorial e de emergência, centros cirúrgico e obstétrico e profissionais comprovadamente experientes na Medicina, para que possam formar médicos altamente capacitados", afirmou Amaral, durante coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (dia 19/2), na sede da Associação Médica do Paraná, em Curitiba.
"Não se trata de sermos contra a criação de novos cursos, mas de estarmos preocupados com a qualidade dos que existem e daqueles que solicitam implantação. Queremos que a população entenda que estamos preocupados com os médicos que farão o atendimento aos pacientes", completou Macedo.
Na avaliação das entidades, não existe necessidade social de mais cursos de Medicina no Paraná ou no Brasil. "Atualmente, o País conta com mais de 320 mil médicos, número por habitante próximo ao registrado nos países desenvolvidos e muito acima das possibilidades do Sistema de Saúde brasileiro absorvê-los", avaliou Amaral.
Para ele, a abertura de escolas de Medicina é hoje uma "ação oportunista em uma república permissiva". A afirmação veio logo após um paralelo da época do início da criação das faculdades de Medicina no País, há 200 anos. Para o presidente da AMP, José Fernando Macedo, a maior necessidade é por garantia de qualidade das faculdades existentes e maior oferta de vagas de residência médica, para que os médicos possam sentir-se devidamente qualificados para atender, inclusive no interior dos estados. "Apenas 40% dos que se formam conseguem vagas em residência médica, que é a especialização do profissional. Se o médico não consegue fazer residência, não se sentirá capacitado a sair dos grandes centros", avalia.
Em dezembro do ano passado, a Associação Médica do Paraná foi atendida pelo Ministério da Educação, que concordou com as entidade, no sentido de não haver necessidade social para novos cursos. Na mesma ocasião, o pedido de abertura de cinco novas faculdades de Medicina no Paraná foi negado.
Com relação ao curso autorizado recentemente pelo Ministério da Educação para a Faculdade Assis Gurgacz, em Cascavel, os presidentes da AMB e da AMP afirmaram que vão consultar os departamentos jurídicos para tentar impedir a realização do vestibular, até que o curso seja comprovadamente validado segundo os critérios médicos. Já as faculdades que estão em funcionamento devem passar por uma avaliação.

Fonte: AMP


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