Censo da SBN revela que doentes renais crônicos estão morrendo por falta de atendimento médico
Pelo menos 3.500 portadores de doença renal crônica podem ter morrido em 2006 por falta de acesso à diálise, o principal tratamento médico para esses pacientes, segundo o nefrologista Jocemir Lugon, presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).
A conclusão faz parte dos resultados do Censo 2007 da entidade, que consultou 546 unidades de diálise (88% do total) existentes no país. O levantamento revelou que, em 2006, o número de doentes renais crônicos submetidos à diálise cresceu apenas 4%. Nos seis anos anteriores, esse índice vinha aumentando em torno de 9% ao ano.
A queda do número de novos doentes crônicos, que à primeira vista poderia soar como uma boa notícia, na prática, de acordo com o médico, indica exatamente o contrário.
“A diminuição do número de pacientes em diálise significa que eles estão morrendo antes de chegar ao sistema de saúde ou que, mesmo chegando, não são tratados por falta de vagas de diálise nos hospitais e clínicas. Nossa previsão de caos no atendimento a esse doente infelizmente se concretizou”, afirma Lugon.
Doença silenciosa X exames de rotina
Segundo estimativas da SBN, pelo menos 10 milhões de brasileiros apresentam algum grau de alteração renal e 52 milhões correm risco de desenvolver a doença por serem idosos, obesos, diabéticos ou hipertensos, os grupos mais sujeitos a problemas renais. A única maneira de evitar que a doença se agrave e eles se tornem dependentes de diálise ou de transplante é realizar exames de rotina que, embora simples e baratos, com freqüência não são solicitados pelos serviços de saúde.
“O diagnóstico tardio é a principal causa do aumento do número de pacientes crônicos. Cerca de 70% das pessoas que apresentam alteração renal não sabem que estão doentes, porque os sintomas só começam a aparecer quando o rim já perdeu 50% da função. Os pacientes chegam ao serviço de saúde em estado crítico, mas essa situação poderia ser evitada se a doença fosse diagnosticada no início”, afirma Lugon.
Estima-se que existam no país 25 milhões de hipertensos e 11 milhões de diabéticos. Por serem candidatos naturais à doença renal esses dois grupos e mais os obesos e idosos acima de 60 anos deveriam se submeter, uma vez por ano, a três exames que, juntos, custam pouco mais de R$ 10,00: urina tipo 1 (R$1,20) dosagem da proteína na urina (R$8,12) e dosagem da creatinina do sangue (R$ 1,85).
“Se o sistema de saúde não investir na detecção precoce, o número de doentes renais crônicos deve duplicar nos próximos cinco anos, assim como o volume de pacientes que ficarão sem tratamento”, prevê o nefrologista”.
Burson-Marsteller
Fanny Zygband / Andressa Scaldaferri / Giuliana Gregori
3094-2244 / 3094.2257 / 3094.2247
fanny.zygband@bm.com; andressa.scaldaferri@bm.com; giuliana.gregori@bm.com
Pelo menos 3.500 portadores de doença renal crônica podem ter morrido em 2006 por falta de acesso à diálise, o principal tratamento médico para esses pacientes, segundo o nefrologista Jocemir Lugon, presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).
A conclusão faz parte dos resultados do Censo 2007 da entidade, que consultou 546 unidades de diálise (88% do total) existentes no país. O levantamento revelou que, em 2006, o número de doentes renais crônicos submetidos à diálise cresceu apenas 4%. Nos seis anos anteriores, esse índice vinha aumentando em torno de 9% ao ano.
A queda do número de novos doentes crônicos, que à primeira vista poderia soar como uma boa notícia, na prática, de acordo com o médico, indica exatamente o contrário.
“A diminuição do número de pacientes em diálise significa que eles estão morrendo antes de chegar ao sistema de saúde ou que, mesmo chegando, não são tratados por falta de vagas de diálise nos hospitais e clínicas. Nossa previsão de caos no atendimento a esse doente infelizmente se concretizou”, afirma Lugon.
Doença silenciosa X exames de rotina
Segundo estimativas da SBN, pelo menos 10 milhões de brasileiros apresentam algum grau de alteração renal e 52 milhões correm risco de desenvolver a doença por serem idosos, obesos, diabéticos ou hipertensos, os grupos mais sujeitos a problemas renais. A única maneira de evitar que a doença se agrave e eles se tornem dependentes de diálise ou de transplante é realizar exames de rotina que, embora simples e baratos, com freqüência não são solicitados pelos serviços de saúde.
“O diagnóstico tardio é a principal causa do aumento do número de pacientes crônicos. Cerca de 70% das pessoas que apresentam alteração renal não sabem que estão doentes, porque os sintomas só começam a aparecer quando o rim já perdeu 50% da função. Os pacientes chegam ao serviço de saúde em estado crítico, mas essa situação poderia ser evitada se a doença fosse diagnosticada no início”, afirma Lugon.
Estima-se que existam no país 25 milhões de hipertensos e 11 milhões de diabéticos. Por serem candidatos naturais à doença renal esses dois grupos e mais os obesos e idosos acima de 60 anos deveriam se submeter, uma vez por ano, a três exames que, juntos, custam pouco mais de R$ 10,00: urina tipo 1 (R$1,20) dosagem da proteína na urina (R$8,12) e dosagem da creatinina do sangue (R$ 1,85).
“Se o sistema de saúde não investir na detecção precoce, o número de doentes renais crônicos deve duplicar nos próximos cinco anos, assim como o volume de pacientes que ficarão sem tratamento”, prevê o nefrologista”.
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