quinta-feira, 6 de março de 2008

O mercado do açúcar dita o preço do álcool


Depois de um período de euforia no setor sucroalcooleiro, entre o final de 2.005 e começo de 2.006, o momento atual é de preços baixos que assustam a grande maioria dos produtores de cana-de-açúcar e os industriais. Quem afirma é o consultor Cleber Moraes, um dos conferencistas do Concana 2008 – II Congresso Internacional de Tecnologia na Cadeia Produtiva da Cana. Ele apresenta a palestra I “Mau Momento do ATR. Até quando?”.

Cleber é consultor da Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Canaoste) e atua numa empresa especializada no pagamento de cana, em projetos agrícolas para novas unidades e em custos de produção.

O consultor explica que é possível perceber no setor um ciclo de sete anos que vem se repetindo há pelo menos 14 anos: “Ele inicia-se com dois anos de acréscimos significativos nos estoques mundiais de açúcar e termina sete anos após com o mesmo cenário. No meio do ciclo há um ano com acréscimo significativo nos estoques mundiais de açúcar que dá equilíbrio ao processo de recuperação de preços do setor”.

Durante o Congresso Cleber vai demonstrar as variações de preços e valores acumulados de safra do ATR (em reais por Kg). Segundo ele, para se ter uma idéia, os preços do ATR na safra
2.000/2.001 começam baixos e iniciam um processo de recuperação, que segue até o início da safra 2.006/2.007. “No meio do percurso, como ocorrido no ciclo anterior (da safra 1.991/1.992 à safra 1998/1999), há um ano com acréscimo significativo nos estoques mundiais de açúcar, que no primeiro ciclo ocorreu na safra 1.995/1.996 e no segundo ciclo na safra 2.002/2.003”, comenta.

O consultor explica que “observando melhor a safra 2.002/2.003, seria natural que, com um acréscimo nos estoques mundiais de açúcar, houvesse uma queda nos preços médios acumulados do Kg de ATR. Entretanto, no mercado mundial de açúcar, houve uma queda seguida de recuperação de preços e no cenário nacional, uma maxidesvalorização do real ocasionada pela fragilidade da economia brasileira com forte dependência do fluxo de dólar do mercado externo e pela proximidade das eleições daquele ano.

De acordo com ele, estas condições combinadas proporcionaram um grande e rápido aumento nos preços do ATR. Porém, todos os ganhos conseguidos pelo setor na safra 2.002/2.003, foram perdidos na safra seguinte, onde uma recuperação do valor do real e o ajuste do mercado de açúcar levaram o mercado ao caminho natural de sua recuperação de preços no início da safra 2.004/2.005.

Cleber informa ainda que nas safras 2.004/2.005 e 2.005/2.006 houve grandes recuperações dos preços do açúcar e por conseqüência do ATR que, apoiados na euforia do crescimento do mercado de álcool, alcançou seu pico no início da safra 2.006/2007: “Segundo nossas considerações, este panorama marca um novo ciclo de sete anos do setor com acréscimos significativos nos estoques com a produção desta safra e da safra que se iniciava (
2.007/2.008)”.

Reflexo do álcool - Para ele, a entrada do álcool no cenário internacional pode e deve trazer mudanças importantes neste ciclo do setor, visto que a maioria das novas unidades contempla a produção de açúcar num mercado já bastante explorado e fortemente subsidiado. Cleber afirma que o preço do ATR é fortemente ancorado no preço do açúcar. “É o mercado de açúcar que dita o preço do álcool. Mas esta situação poderá modificar-se caso haja aumentos significativos da participação do álcool no mix de produção e principalmente volumes de comercialização mundiais mais expressivos”, ressalta.

De acordo com Cleber, o setor atravessa uma fase de baixa de um ciclo de 7 anos que vem se repetindo há pelo menos duas vezes, ou seja, 14 anos. Na opinião do consultor, não é possível prever se este cenário vai se repetir pelos próximos sete anos, devido à entrada do álcool no cenário internacional, mas é possível entender perfeitamente a razão da atual queda de preço para preparar e ficar atento para o cenário que se avizinha.

Palestra – O tema “ATR” será debatido dia 01 de abril, a partir das 08 horas. Os organizadores do Concana acham fundamental o produtor estar atento aos acontecimentos do mercado e preparado para as transformações que ocorrerão nos próximos anos no setor. Por isso, eles consideram de extrema importância a participação de produtores da região na palestra para que tomem medidas acertadas na condução da lavoura.

Concana - O Concana 2008 é o primeiro evento de Minas Gerais a reunir um grupo seleto de conferencistas respeitados nos cenários nacionais e internacionais do setor sucroalcooleiro. O Congresso será entre os dias 31 de março e 3 de abril de 2008, no Centro de Eventos da Associação Brasileira de Criadores de Zebu - ABCZ, em Uberaba, Minas Gerais. As Faculdades Associadas de Uberaba - Fazu e sua mantenedora Fundagri, a Universidade de Uberaba - Uniube e a Associação de Produtores de Cana de Campo Florido - Canacampo realizam o Concana com o apoio de dezenas de parceiros. Entre eles destacam-se: Prefeitura de Uberaba, Sindicato dos Produtores Rurais de Uberaba, Sebrae, Cooperativa de Produtores Rurais do Triângulo Mineiro - Certrim, ABCZ, Câmara Municipal de Uberaba, Valley Valmont, Ford Automara, Agronelli, Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil - Sicoob. Mais informações no www.concana.com.br.

Isabela AvelarAssessoria de Comunicação

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Uberaba - Minas Gerais
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CONCANA - Congresso Internacional de Tecnologia na Cadeia Produtiva da Cana

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