Durante os trabalhos de escavação e restauração do edifício da antiga sede do Tribunal Superior Eleitoral, no Rio de Janeiro, arqueólogos encontram fragmentos de cerâmica e de utensílios domésticos do século XVII. As peças descobertas dão detalhes da história do Brasil monárquico e complementam as informações já existentes do dia-a-dia da sociedade carioca da época.
O acervo será exposto a partir desta quinta-feira (10), às 20h30, com a inauguração do Centro Cultural da Justiça Eleitoral (CCJE), que funcionará nesse mesmo edifício. A cerimônia terá a presença do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello.
Descoberta
A equipe de arqueólogos descobriu, durante escavações no subsolo do edifício centenário, louças com brasão da Família Real; cerâmica neo-brasileira (confeccionada por escravos africanos) e fragmentos de cerâmica colônia e faiança portuguesa (cerâmica de barro esmaltado ou vidrado na superfície).
Todo o material recolhido, após a higienização, classificação e catalogação, será encaminhado à reserva técnica do Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB). Parte das peças foi separada para a exposição que será aberta no dia da inauguração do Centro.
A maior parte das peças descobertas são do século XVII e, de acordo com a coordenadora do Projeto de Monitoramento Arqueológico, Guadalupe Nunes Campos, são achados importantes para a reconstituição da história do Rio de Janeiro. “Descobrimos um importante acervo arqueológico. Havia uma grande variedade de padrões decorativos nos fragmentos de louças e de cerâmicas, dos quais não tínhamos tantos exemplares”, afirmou a pesquisadora, esclarecendo que os trabalhos arqueológicos no subsolo do prédio vão prosseguir mesmo depois da inauguração.
De acordo com a coordenadora, a equipe responsável pelo monitoramento arqueológico já esperava encontrar algum material relevante. No entanto, a quantidade de peças encontradas surpreendeu os arqueólogos. “Imaginávamos encontrar vestígios arqueológicos por se tratar da Rua Primeiro de Março, antiga Rua Direita, próximo a Praça XV, uma das ruas mais antigas do Rio de Janeiro, mas não esperávamos essa quantidade de material ”, afirmou, destacando que a escavação foi feita em apenas dois cômodos e atingiu apenas 40 centímetros de profundidade. A escavação foi feita porque era necessário aumentar o pé-direito do subsolo para as obras de instalação do elevador, de uma cafeteria e da reserva técnica do CCJE.
Escolas
Devido às descobertas, o CCJE deverá implementar uma oficina de Arqueologia para alunos das escolas fluminenses, que poderão aprender como é feita a limpeza das peças arqueológicas. Essa será uma das primeiras atividades a ser oferecidas aos estudantes. Localizado no chamado “corredor cultural” no centro do Rio de Janeiro, o CCJE deve se tornar um dos mais importantes locais de exposições da cidade e vai abrigar, ainda, uma biblioteca, o Museu da Justiça Eleitoral e um centro de documentação informatizado sobre as eleições.
O próprio prédio, que foi a antiga sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), já é considerado, por si só, uma obra artística e histórica relevante. No lugar tomaram posse Juscelino Kubitschek e Getúlio Vargas e se ratificaram grande parte das eleições da República. Construído em 1896, o edifício foi uma das obras-mestras da arquitetura brasileira do século XIX. A restauração devolveu ao Rio de Janeiro os detalhes de sua fachada de estilo arquitetônico “eclético”, apagadas por mais de 100 anos de poeira e poluição.
MG/GA
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