O surto de dengue já atinge 4 mil municípios brasileiros, segundo dados do Ministério da Saúde. Em 1990, a doença atingia 1,7 mil cidades. O Ministério admite o risco de a situação no Rio de Janeiro – que notificou 121 mil casos, com 106 mortes – repicar em outros 16 estados em 2009.
“Existe tecnologia disponível no Brasil para controlar o mosquito transmissor da dengue e evitar uma calamidade pública nos próximos anos. Basta que as autoridades estejam mais sensíveis e abertas para avaliar a possibilidade de pulverização aérea de inseticida”, afirma Marcos Vilela Monteiro, engenheiro Agrônomo, piloto agrícola, pesquisador e defensor da técnica para eliminar mosquitos e larvas com o uso dos aviões.
Marcos se apóia em pesquisas e práticas internacionais que demonstram a eficácia do método usado há mais de 50 anos. Ele explica que os inseticidas utilizados nas aeronaves são obrigatoriamente registrados e aprovados pelo Ministério da Saúde para uso urbano e domiciliar.
“Isto significa que os produtos já passaram por rigorosos testes comprovando que sua aplicação não causa danos aos seres humanos e a outras espécies animais, que não sejam insetos, e ao meio ambiente. Ou seja, trata-se da mesma dose que se usa em uma residência em uma aplicação de um aerossol”.
A aplicação aérea pulveriza 400 ml de inseticida, em meio oleoso com gotas microscópicas, em cada hectare, e reduz 98% da população de insetos adultos 24 horas após a aplicação. As demais aplicações recomendadas eliminam as larvas e os adultos que migraram de regiões vizinhas.
O pesquisador defende que a aplicação aérea deve ser considerada como um método complementar de combate aos mosquitos, principalmente em regiões de difícil acesso. “O fumacê não consegue chegar aos pátios das casas, em regiões alagadas das baixadas das regiões litorâneas, nas lajes das casas ou prédios em construção, e as campanhas de prevenção não estão apresentando resultados efetivos porque o mosquito Aedes aegypti continua encontrando locais propícios para se procriar fora das áreas controladas. Precisamos de um tratamento de choque.”
De acordo com o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a falta de saneamento das cidades - 18 milhões de pessoas sem água encanada vivem em áreas urbanas – é um fator que acaba forçando as pessoas a acumular água em recipientes e reservatórios, que correm o risco de se tornarem criadouros de mosquitos.
Ainda segundo o ministro, mais de 63% dos municípios brasileiros mantêm lixões que favorecem o acúmulo de água em meio aos entulhos e detritos. “As cidades viveram um processo de desenvolvimento acelerado com milhões de containers e pneus não degradáveis abandonados em ambiente desorganizado onde não existem mais predatores naturais. Hoje, a convivência do homem com o mosquito na zona urbana cria um ambiente adequado para o aparecimento de epidemias”, esclarece Marcos Vilela.
Soma-se a este cenário o alerta do ministro Temporão, em depoimento à Comissão de Seguridade Social da Câmara no dia 6/5 – “o Brasil está na bica de receber um novo vírus da dengue – o vírus do tipo 4, ainda mais letal do que os três que já vicejavam no território nacional. A ameaça vem da Venezuela e a população brasileira não tem imunidade a esse novo vírus", disse Temporão. A falta de vacina por, pelo menos, os próximos cinco anos é fator que reforça o apelo para a consideração de meios alternativos para o controle do mosquito. “E, no caso da ocorrência das epidemias, a única alternativa é o uso dos aviões,como fazem os países desenvolvidos”, completa Marcos Vilela.
Cintia Beck
Assessora de Imprensa
Ex-Libris Comunicação Integrada
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