segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
Coleção Aplauso, da Impresa Oficial, traz biografia de Tatiana Belinky
‘TATIANA BELINKY... E QUEM QUISER QUE CONTE OUTRA’ PRESTA HOMENAGEM A UMA DAS MAIS IMPORTANTES AUTORAS DE ESPETÁCULOS E OBRAS INFANTIS DO BRASIL
Em “Tatiana Belinky...E quem quiser que conte outra”, de Sérgio Roveri, publicado na Série Perfil, da Coleção Aplauso, editada pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, a autora Tatiana Belinky relata seu longo percurso profissional desde que chegou da Letônia ao Brasil, em 1929, aos dez anos de idade, acompanhada dos pais e irmãos.
Tatiana Belinky...E quem quiser que conte outra
Sérgio Roveri
Coleção Aplauso/Série Perfl
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
240 páginas
R$ 15,00
Tatiana Belinky aprendeu a ler por volta dos quatro anos, em casa, com os bloquinhos de letras que o pai lhe presenteou dizendo que ela “podia fazer ponte, casinha, o que quisesse com eles”. Ela não fez ponte ou casinha, mas começou a formar sílabas e a pronunciá-las. Foi assim que, antes dos cinco anos, já começava a se embrenhar pelo mundo das letras. Nunca mais parou. O ambiente doméstico era propício; os pais e o avô sempre estavam com um livro na mão. Durante a infância Tatiana aprendeu a falar letão, russo, alemão e iídiche. Mais adiante, ainda aprenderia inglês e português, mas considera o russo como a sua verdadeira língua. Tudo isso e muito mais está no livro Tatiana Belinky...E quem quiser que conte outra, de Sérgio Roveri, publicado na Série Perfil, da Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.
Nascida em São Petersburgo, em 1919, em plena guerra civil na Rússia, Tatiana Belinky tinha pouco mais de um ano quando seus pais resolveram voltar para Riga, capital da Letônia, terra natal da família. A mãe, uma das primeiras dentistas do sexo feminino, era uma comunista ardorosa. Já o pai era um liberal. “Eles tinham opiniões diferentes sobre tudo”, lembra. As incertezas econômicas provocadas pela guerra civil na Rússia e o anti-semitismo que já começava a ascender na Europa levaram os pais à decisão de emigrar. A família – ela, os dois irmãos e os pais – chegou ao Brasil em 1929.
Seu primeiro contato com o palco foi como atriz, ainda na Letônia. A menina Tatiana já assistia a peças infantis com os pais, mas no seu aniversário de quatro anos representou um monólogo em que fazia o papel de uma mosca. Com direito a asinhas e antenas. Já em São Paulo, onde os Belinky se estabeleceram, adorava brincar de teatro com os irmãos Gilberta e Paulo Autran, então crianças como ela e colegas de escola no Mackenzie. O palco era a garagem. Os convidados eram os pais e vizinhos.
Em 1948 teve sua primeira verdadeira experiência nos palcos. Já casada com o psiquiatra e educador Júlio Gouveia, que também era do ramo, Tatiana Belinky começou a trabalhar com teatro infantil para a prefeitura de São Paulo. O casal havia montado um grupo, o Teatro Escola de São Paulo (TESP), que fez uma turnê pela capital nos finais de semana, durante quase três anos. O sucesso foi tamanho que, em 1950, ano em que surgiu a televisão no Brasil, uma emissora experimental, a TV Paulista, convidou o grupo para se apresentar.
A próxima parada seria a TV Tupi, onde durante 13 anos o TESP apresentou o programa Fábulas Animadas, com roteiros de Tatiana, adaptados de obras de Monteiro Lobato. O Sítio do Picapau Amarelo, histórias semanais, e o Teatro da Juventude, programa vespertino transmitido aos domingos, ambos com roteiro de sua autoria, vieram em seguida com muito sucesso. Em 1968, já na era do vídeo-tape, O Sítio do Picapau Amarelo migrou para a TV Bandeirantes.
A autora também foi responsável pela organização do setor infanto-juvenil da Comissão Estadual de Teatro. Ao longo de sete anos, escreveu colunas semanais sobre teatro e literatura infantil para vários jornais de São Paulo. Publicou mais de 120 livros, entre traduções, adaptações, poesia e prosa. Tatiana Belinky, aos 88 anos, não abandonou a curiosidade típica das crianças: “Eu não quero me empobrecer, quero me enriquecer, quero tudo que é bom. Quero ter visão panorâmica”, afirma.
Sobre a Coleção Aplauso
Com 115 títulos já lançados que contam a história do cinema, da televisão e do teatro brasileiro por meio de seus principais protagonistas, a Coleção Aplauso foi idealizada pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo em 2004. Nesses três anos, a coleção retratou a trajetória e o trabalho de artistas consagrados e contemporâneos como Sérgio Cardoso, Anselmo Duarte, Aracy Balabanian, Bete Mendes, Eva Wilma, Fernando Meirelles, Gianfrancesco Guarnieri, Leonardo Villar, Maria Adelaide Amaral, Paulo José, Raul Cortez, Sílvio de Abreu e Zezé Mota.
A coleção é coordenada pelo crítico de cinema Rubens Ewald Filho e traz sobretudo livros no formato pocket e com preços populares. Os textos são leves e escritos em primeira pessoa por jornalistas a partir dos depoimentos dos biografados. Além dos perfis, são publicados roteiros de cinema, muitos deles comentados e acrescidos de crítica e ficha técnica, compondo documentação inédita sobre a filmografia nacional dirigida ao público em geral, mas que interessa, sobretudo, a estudiosos e pesquisadores.
A idéia de fazer a coleção partiu de Hubert Alquéres, presidente da Imprensa Oficial do Estado. “A proposta é lançar livros com informações que corriam o risco de se perder por falta de recursos, interesse comercial e até pela inexistência de uma política voltada para resgatar, valorizar e consolidar a rica trajetória da produção brasileira nas artes cênicas”, comenta.
Maria Fernanda Rodrigues (Lu Fernandes Escritório de Comunicação)
telefone (11) 3814.4600
Ana Maria de Cerqueira Leite (Imprensa Oficial)
telefone (11) 6099.9784
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