quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Falta de água é tão crítica quanto a mudança climática

Davos, Suíça, 24 de janeiro 2008 – As crises globais geradas pela crescente demanda de água doce combinada com a falta de oferta são tão urgentes quanto os trabalhos para enfrentar as mudanças climáticas – embora mais problemáticas e complicadas –, como mostrado hoje na Reunião Anual 2008 do World Economic Forum

Um painel que contou com a presença do Secretário Geral das Nações Unidas Ban Ki-moon, informou aos CEOs e líderes da sociedade civil em Davos que o estresse causado pela falta de água representa um risco para o crescimento econômico, para os direitos humanos, para a saúde e para a segurança nacional.

“O desafio é assegurar água potável e em quantidades suficientes para todos”, afirma o Secretário Geral, “é um dos maiores desafios que o mundo terá de enfrentar”.

“A solução para falta de água é mais complexa que a discutida para as mudanças climáticas”, destaca Peter Brabeck-Letmathe, Presidente e CEO, Nestlé, Suíça.

Os membros do painel concordaram que o desafio pode ser solucionado por meio de abordagens cooperativas, vontade política, estratégias de marketing e tecnologias inovadoras como algumas das encontradas para diminuir o aquecimento global.

As forças de mercado podem funcionar bem dentro de um sistema de limites e comércio, semelhante ao utilizado para o dióxido de carbono, sugeriu com Fred Krupp, Presidente, Environmental Defense, EUA. “A tragédia começou com a remoção de uma grande quantidade de água dos rios. Se não cuidarmos do aquecimento global e continuarmos a jogar gases poluentes na atmosfera sem filtrá-los, vamos enfrentar uma gigantesca falta de água.”

Os membros do painel concordaram que nenhum indivíduo, empresa ou nação consegue escapar das conseqüências da falta de água. Enquanto isso, os esforços para extrair mais fontes de energia alternativa, como petróleo de xisto ou biocombustíveis, aceleram as necessidades de abastecimento. Este recurso também é desperdiçado, porque não possui valor econômico, apesar de ser o mais escasso e precioso de todos, destaca Brabeck-Letmathe. “Se permitirmos que o mercado defina um valor comercial para a água, podemos dar um grande passo”, afirma.

O painel concluiu que um volume determinado de água potável para todos os indivíduos deve ser visto como parte dos direitos humanos. A África do Sul e o Omã demonstraram algumas maneiras originais e antigos de garantir a disponibilidade de água. Os palestrantes também discutiram que a água utilizada por fazendeiros, indústrias, piscinas ou jardins deve ser comprada para evitar desperdício e o uso inadequado.

Ban Ki-Moon apontou como exemplo a luta armada em Darfur, no Sudão, que resultou em falta de água. “As lutas começaram entre fazendeiros e agropecuaristas depois da falta de chuva, e, então, a água se tornou escassa.” Aproximadamente 200 mil pessoas morreram. Alguns milhões fugiram de suas casas. “Porém quase sempre esquecemos do evento que deu início a tudo – a seca. Falta do recurso mais precioso do mundo.”

O World Economic Forum é uma organização internacional independente compromissada em melhorar as condições do mundo, envolvendo lideranças para estruturar agendas locais, regionais e globais.

Incorporada como uma fundação em 1971, e sediada em Genebra na Suíça, o World Economic Forum é imparcial, não tem fins lucrativos e não está ligado a interesses políticos, partidários ou nacionais. (http://www.weforum.org)


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