terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Cana possui um mercado infinito e o Triângulo está na rota desse mercado

Luis Custódio concede entrevista a Marcelo Lara, repórter do Canal Rural, na Fazu

“O Brasil é o país que tem o menor custo para produzir álcool. Também tem um mercado em expansão. E esse mercado deve se abrir ainda mais. Além do aumento na fabricação de carros flex, a gasolina terá 10% de álcool na sua mistura”. Quem afirma é o presidente dos sindicatos mineiros da indústria do açúcar e do álcool (Sindaçúcar/Siamig) Luis Custódio, que esteve em Uberaba e concedeu entrevista ao Canal Rural nas Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu).

Segundo ele, a cana-de-açúcar possui um mercado infinito e a região do Triângulo Mineiro está na rota dos bons negócios desse mercado devido a implantação do alcoolduto na região. “O alcoolduto de Paulínia, SP, está ligado ao Rio de Janeiro. Esse terminal será ligado a Ribeirão Preto, SP e depois a Uberaba, MG. Daqui ele vai seguir até Senador Canedo, GO. O governo está pensando em levá-lo até São Paulo. Com essa estrutura será possível escoar o álcool produzido no Triângulo Mineiro, em condições mais baratas, para o exterior. O custo deverá ter uma redução de mais de 30%”, esclarece Custódio.

Para ele, o II Concana – Congresso Internacional de Tecnologia na Cadeia Produtiva da Cana, será fundamental para envolver mais a sociedade nas discussões sobre setor. Na opinião do presidente, é preciso esclarecer os mitos. Um deles é o problema da monocultura. “Se quantificarmos toda cana produzida em Minas vamos ver que ela ocupa 500 mil hectares, ou seja, o tamanho do município de Uberlândia. A soja, por exemplo, possui 10 vezes mais área plantada do que a cana. A pecuária bovina é ainda 30, 40% maior em área. Quer dizer que ainda temos muito espaço para produzir cana”, enfatiza o presidente. Ele acrescenta ainda: “o Brasil fechou 2007 com a maior safra de soja, milho e cana. Portanto, não existem problemas de monocultura”.

O setor sucroalcooleiro também é importante na geração de energia elétrica. Segundo Custódio, este é o novo filão do governo que diz ser o único setor com condições de dar resposta rápida para não ter apagão no país. Ele explica que num curto espaço de tempo é possível mudar as caldeiras e utilizar o bagaço da cana para fornecer energia na rede elétrica. O setor deverá fornecer energia na época da safra, mesma época da seca, quando as barragens estão com um nível baixo de água. “Sem dúvida, a partir de 2009 o setor já estará fornecendo energia pra rede”, afirma o presidente.

Na entrevista ao Canal Rural, ele também fala sobre a crise interna que o setor passa. “Há uma oferta maior do que a demanda. Por isso, os preços estão deprimidos. Estão até menores do que os custos de produção. Por outro lado, não há problema em relação ao consumo interno do produto. Em 2007 foram produzidos dois milhões de veículos flex, ou seja, é cada dia maior o número de consumidores que pode escolher o combustível do seu carro. Se o álcool é 30% mais barato que a gasolina, então o consumidor vai usar o álcool”, ressalta. Dados do Siamig comprovam que o consumo de álcool do Centro Sul do Brasil passou de um bilhão de litro para um bilhão e seiscentos.

Segundo o presidente, o mercado vai abrir em 2010: “Até lá o produto já se tornou uma commodities. Ele estará na Bolsa e outros países também estarão produzindo. Com isso, os países começarão a mudar sua matriz energética, pois terão a garantia de fornecimento do produto”, diz. Na opinião de Custódio, esse é um processo demorado para quem quer investir. “Se uma empresa optar em abrir uma usina de álcool ela só começará a funcionar efetivamente a partir de 2010”, comenta.

Para ele, os profissionais do setor têm consciência que para exportar o álcool brasileiro (um produto ambientalmente correto, limpo e não poluente) é preciso desenvolver boas práticas. “Para exportar, é necessário o certificado ambiental e social”, informa.
Todas essas informações destacadas pelo presidente do Siamig/Sindaçúcar, serão abordadas durante o Concana 2008, de 31 de março a 03 de abril no Centro de Eventos Rômulo Kardec de Camargos (ABCZ), em Uberaba, MG. As Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu) e sua mantenedora Fundagri, a Universidade de Uberaba (Uniube) e a Associação de Fornecedores de Cana de Campo Florido (Canacampo) garantem o alto nível do Concana 2008, ao lado de dezenas de parceiros. Entre os parceiros do evento estão Prefeitura, Sindicato dos Produtores Rurais de Uberaba e Sebrae Minas.


Mais informações no http://www.concana.com.br/.

Isabela Avelar
Assessoria de Comunicação -
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FAZU - Faculdades Associadas de Uberaba
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Uberaba - Minas Gerais
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