terça-feira, 4 de março de 2008

STF julgará nesta quarta-feira o uso das células-tronco embrionárias para pesquisa no Brasil

Células-tronco - Votos que valem vidas

Os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal irão julgar na 4ª feira (5 de março) a constitucionalidade do artigo da Lei de Biossegurança, que permite o uso de células-tronco embrionárias – produzidas por fertilização in vitro e congeladas há mais de três anos – para pesquisa desde que com aprovação dos doadores.

A pesquisa com essas células é fundamental para os milhões de brasileiros com lesões na medula – paraplégicos e tetraplégicos – ou doenças atualmente incuráveis como diabetes, distrofia muscular, mal de Parkinson, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, entre outras. Somente no Brasil há 12 milhões de pessoas com diabetes tipo I e 200 mil com doenças neuromusculares, como distrofia muscular, esclerose lateral amiotrófica e atrofia espinhal.

Se o artigo que permite o uso de células-tronco embrionárias for considerado inconstitucional pelo STF, todos esses brasileiros perderão sua esperança de cura.

Questões

O que são células-tronco embrionárias?
São células encontradas em embriões humanos de até 14 dias.

Qual a importância das pesquisas nessa área?
Essas células são as únicas com a capacidade de se transformar nos mais de 216 tecidos do organismo e de produzir cópias idênticas de si mesmas.

Qual é a relação entre as pesquisas com células-tronco embrionárias e o aborto?
Nenhuma. Os embriões utilizados estão congelados há mais de três anos e são inviáveis, ou seja, jamais serão inseridos no útero materno. Caso não sejam usados para pesquisa, o destino desses embriões é literalmente a lata do lixo.

Qual a posição da Igreja Católica em relação às pesquisas com células-tronco embrionárias?
A ala mais conservadora da Igreja Católica condena as pesquisas dizendo que ela é o mesmo que tirar uma vida. Historicamente houve uma grande resistência da Igreja à doação de órgãos após a constatação da morte cerebral de uma pessoa. Com o tempo, ela passou a aceitar o transplante de órgãos e hoje ele é visto pela Igreja como uma forma de salvar vidas. Já os cientistas consideram que, assim como a morte é atestada quando o cérebro pára de funcionar, só existe vida quando o embrião produz neurônios, ou seja, após o décimo quarto dia da fecundação.


Fontes
Claudia Navarro Lemos (31) 3241-3788 / (31) 9981-5929 / cclaudian@terra.com.br
Médica do Laboratório de Reprodução Humana do Hospital das Clínicas da UFMG e Vice-presidente da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), região Sudeste.

“O meu futuro está em jogo! O embrião que não for aproveitado na pesquisa vai pro lixo. Não quero que a minha esperança seja jogada fora junto com ele.”
Gabriela Costa – (61) 8118-2823 - servidora pública, portadora de distrofia muscular e irmã de Mariana Costa que também sofre da doença.

“Nós não estamos propondo uma troca: a vida de um embrião por outra vida. Não estamos propondo que novos óvulos sejam fecundados in vitro. Estamos implorando para que nos deixem usar para pesquisa os que já estão nas clínicas de fertilização in vitro e nunca serão inseridos em um útero materno. Não há troca porque só há uma vida: a nossa."
Mara Gabrilli – (11) 9134-7777 - ficou tetraplégica aos 26 anos após sofrer um acidente de carro. Foi uma das primeiras pessoas no Brasil a se submeter a um tratamento experimental com células-tronco adultas. No caso dela, o tratamento não deu resultado. Dirige a ONG Instituto Mara Gabrilli que apóia atletas com deficiência e fomenta pesquisas de cura de paralisia. É vereadora na cidade de São Paulo. Tem 40 anos.

“O julgamento terá de separar o espaço da religião do espaço da razão pública.”
Luiz Roberto Barroso – (61) 8181-2345 - advogado, grupo de Apoio à Pesquisa com Células-Tronco Embrionárias.

“É muito importante que as pessoas entendam que a gente quer usar embriões, que são, normalmente, descartados em clínicas de fertilização, que têm um potencial de vida, praticamente de zero, mas que podem gerar tecidos e no futuro salvar muitas vidas”
Mayana Zatz - (11) 9981-7930 – professora titular de Genética, diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano e pró-reitora de pesquisas da USP. Tem falado extensamente sobre a importância das pesquisas com células-tronco embrionárias, participou da audiência pública no STF sobre o tema e trabalha com doenças neuromusculares há mais de 20 anos.

Stevens Rehen – (21) 9998-4634 - neurocientista, professor de Neurobiologia Celular e chefe do laboratório de células-tronco embrionárias do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Lygia da Veiga Pereira – (11) 9185-2440 - professora Livre-Docente do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP).

Drauzio Varella – (11) 8585-9399 - médico, escritor e apresentador das séries televisivas sobre corpo humano, primeiros socorros e combate ao tabagismo exibidas no Fantástico.

Apóiam este movimento

AADM - Associação de Amigos dos Portadores de Distrofia Muscular
ABDIM - Associação Brasileira de Distrofia Muscular
ABEM - Associação Brasileira de Esclerose Múltipla - (11) 5587-6050 (Josie)
ABH - Associação Brasil Huntington
ABOI - Associação Brasileira de Osteogenesis Imperfecta
ABRAME - Associação Brasileira de Amiotrofia Espinhal
ABRASPP - Associação Brasileira de Síndrome Pós-Poliomielite
ABRAZ - Associação Brasileira de Alzheimer
ABRELA - Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica
ACADIM - Associação Carioca de Distrofia Muscular
ACTC - Associação de Assistência à Criança Cardíaca e à Transplantada do Coração
ACUDI - Associação Nacional dos Pacientes, Familiares e Amigos
ADEFI - VRP Associação dos Deficientes Físicos do Vale do Rio Pardo
ADJ - Associação de Diabetes Juvenil
Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas
Aliança Brasileira de Genética
Amputados Vencedores
APADIMA - Associação de Pais e Amigos dos Portadores de Distrofia Muscular de Americana
APAE /SP - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo
APDIM - Associação Paraense de Distrofia Muscular - (91) 9984-7008
APGM - Associação dos Produtores de Grãos Mineiros
APMDFESP - Associação dos Policiais Militares Deficientes Físicos do Estado de São Paulo
Arte - Inclusão
ARTS - Associação Rubinstein-Taybi Syndrome
ASPMA - Associação dos Portadores de Necessidades
Especiais de Maravilha SC
Associação Brasileira de Doentes de Wilson
Associação Brasil-Parkinson
Associazione Luca Coscioni - Per la libertà di ricerca scientifica
Atrofia Muscular Espinhal
Bengala Legal - Cegos e Família
CEGH - Centro de Estudos do Genoma Humano
Celia Bastos - vice-presidente
Comunidade diabetenet.com.br
CONADE - Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência
Diabetes OnLine
FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down
Fisio & Terapia
Fisionet
Hospital das Clínicas Dr. Neves
Instituto Canguru IPG
Instituto Paulo Gontijo
LEME - Associação de Lesados Medulares do Rio Grande do Sul
Lesão Medular
MULTIPLEM - Grupo de Abordagem Multidisplinar da Terapia da Esclerose Múltipla
NÚCLEO EDUCACIONAL E TERAPÊUTICO - Vida em Movimento
Porta de Acesso
PPP - Projeto Próximo Passo
Projeto Luísa
Rede SACI - Solidariedade, apoio, comunicação e informação
SECSP - Sindicato dos Empregados no Comércio de São Paulo
Unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP

Alessandro Greco
T 11 9345 5956
alegreco@uol.com.br

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